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Com campeã olímpica, São Silvestre vê Brasil ainda mais azarão para quebrar jejum

A tradicional Corrida Internacional de São Silvestre, com largada neste sábado pela manhã, será de novo uma disputa em que os brasileiros são azarões para terminarem na frente os 15 quilômetros do percurso pelas ruas de São Paulo. A corriqueira aposta de domínio africano ganha força neste ano pela presença de uma elite formada por vencedores da prova e uma campeã olímpica contra donos da casa de currículo mais modesto.

A principal competidora do País reconheceu se ver mais como fã do que como rival das africanas. “Estou com vontade de tirar umas selfies com elas. É incrível. Nunca imaginei que estaria brigando e correndo com essas mulheres. Isso está sendo muito incrível”, disse a paranaense Joziane Cardoso, enquanto olhava discretamente para o lado, onde estavam as africanas, favoritas da prova.

As principais apostas são em Jemima Sungong, do Quênia, medalha de ouro na maratona dos Jogos do Rio e vencedora da Maratona de Londres neste ano, e Ymer Wude Ayalew, etíope tricampeã da São Silvestre e que vai disputar pela quinta vez a prova.

O poderio africano faz a brasileira não ter expectativas muito elevadas. “O nível delas é alto, então temos que ser realistas. Se acontecer um imprevisto grande, quem sabe. Só de estar entre as cinco primeiras seria ótimo”, comentou Joziane, quinta colocada em 2015.

O jejum de vitórias brasileiras na São Silvestre feminina já dura dez anos. A prova de 2006, aliás, é a única da história em que o País ganhou tanto entre os homens como entre as mulheres, com Franck Caldeira e Lucélia Peres.

Apesar de estar na 92.ª edição, apenas em 1945 a São Silvestre abriu a participação para estrangeiros e somente em 1975 foi criada a versão feminina.

Desde então, foram somente 11 vitórias brasileiras masculinas e outras cinco das mulheres. Neste ano a corrida terá a presença de representantes do Quênia, Etiópia, Tanzânia, Bolívia, Colômbia e Alemanha.

O desempenho modesto dos brasileiros na prova se explica principalmente pela curta distância. Antigos campeões da corrida, como Franck Caldeira e o agora aposentado Marilson do Santos, acabaram por preferir o foco nos treinamentos para as maratonas em vez dos 15 km da corrida paulistana.

NOVA TENTATIVA – Entre os homens, a principal esperança brasileira é o mineiro Giovani dos Santos, que nos últimos anos foi o melhor do País na prova, com dois quintos e outros dois quartos lugares. Além dele, as apostas são em Gilberto Lopes, e Vagner Noronha, respectivamente terceiro e quinto colocado na Maratona de São Paulo.

Os corredores têm uma concorrência menos assustadora do que a compatriota brasileira, se for considerado o currículo dos principais concorrentes.

O grande favorito da prova masculina é o etíope Dawit Admasu, campeão da prova em 2014. “Estou preparado para ganhar novamente a corrida aqui no Brasil. Treinei bastante para isso”, contou. O atleta reclamou do calor e comentou que a temperatura será um duro obstáculo na prova.

O outro estrangeiro cotado é o queniano Willian Kibor, ganhador da Meia Maratona de Las Vegas, neste ano. Ele passou os últimos meses treinando no norte do Paraná para se ambientar ao Brasil e ter um bom desempenho na corrida.

“É a minha segunda São Silvestre. Gosto daqui de São Paulo e da presença do público nas ruas. Espero que isso me ajude a melhorar o resultado do ano passado”, afirmou o corredor, que foi o nono colocado em 2015.

A largada da elite feminina da São Silvestre acontece às 8h40 deste sábado, enquanto a prova masculina terá seus principais corredores partindo às 9 horas.

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