O presidente Roberto de Andrade não passará mais por um processo de impeachment. A votação para julgar os atos do dirigente sequer foi realizada, após muita confusão na reunião entre conselheiros do Corinthians na noite desta segunda-feira, no Parque São Jorge. Uma votação prévia já foi suficiente para ele escapar de qualquer punição e garantir a manutenção de seu mandato, que se encerra em fevereiro de 2018.
O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Guilherme Strenger, decidiu abrir votação de admissibilidade do processo contra Roberto de Andrade. Os conselheiros tinham que falar se concordavam ou não com a realização da votação para definir o futuro do dirigente. Existia uma brecha no estatuto do clube que permitia a realização desta “pré-votação” e Strenger decidiu utilizá-la.
Inicialmente, cada conselheiro iria votar secretamente. Strenger sugeriu que o voto fosse aberto, na contagem “senta e levanta”. Quem era favorável a abertura da votação, devia se levantar e quem era contra, ficava sentado. A decisão gerou muita discussão, então definiu-se voltar a opção secreta.
No fim, compareceram 266 conselheiros dos 341 possíveis e 183 optaram para que não fosse realizada a votação. Oitenta e um disseram sim, houve ainda um voto em branco e mais um voto nulo. Com a decisão, não houve aprovação dos motivos da convocação para a análise dá destituição do presidente e ele permanecerá no cargo.
O processo contra o dirigente teve início em 22 de novembro do ano passado, quando 63 conselheiros entregaram ao Conselho Deliberativo do Corinthians o pedido de saída de Roberto de Andrade. A acusação era de assinaturas fraudulentas do dirigente em contratos do Itaquerão e em ata de reunião em que ele teria assinado como presidente antes de assumir o cargo.
A pressão ficou ainda maior com o passar do tempo pelo fato do dirigente se afastar de alguns de seus principais aliados. A reclamação é que Roberto de Andrade tem sido muito centralizador e não ouve nem mesmo seus vices. Um dos aliados que se distanciou dele foi o ex-presidente Andrés Sanchez.
Para piorar a situação do presidente, o time não rendia em campo e ele fez constantes mudanças na comissão técnica, antes mesmo de ter início o processo de impeachment. Só no ano passado, foram quatro treinadores diferente. Tite – que foi para a seleção brasileira – Cristóvão Borges, Fábio Carille e Oswaldo de Oliveira.
No dia em que anunciou a demissão de Oswaldo de Oliveira, Roberto assegurou que Carille não tinha chance alguma de ser efetivado e que iria atrás de outro treinador. Pouco depois, anunciou o ex-auxiliar técnico como novo comandante, após várias recusas. Roberto, entretanto, assegura que tentou apenas a contratação do colombiano Reinaldo Rueda.
Com a manutenção no cargo, Roberto de Andrade permanecerá na presidência do Corinthians até fevereiro do ano que vem.