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Autuori comemora vaga do Atlético-PR, mas desabafa contra racismo no Paraguai

Após um surpreendente empate por 3 a 3 no jogo de ida do mata-mata, em Curitiba, o Atlético-PR cumpriu a sua missão ao vencer o Deportivo Capiatá por 1 a 0, na noite desta quarta-feira, no Paraguai, onde assegurou classificação à fase de grupos da Copa Libertadores. Após o duelo, o técnico Paulo Autuori exaltou a importância da vaga e a competência do seu time para segurar a pressão da equipe da casa, assim como ao mesmo tempo desabafou contra atos racistas de torcedores locais contra os jogadores atleticanos.

“Era importante ser eficiente e eficaz. Acho que fomos as duas coisas”, elogiou o comandante, em entrevista coletiva, na qual depois enfatizou: “Era importante passar. Sabíamos que iríamos sofrer aqui. Tínhamos que ter capacidade de sofrimento”.

A noite, porém, não foi apenas de festa para o Atlético-PR, que viu vários de seus jogadores serem vítimas de racismo, entre eles o meia Carlos Alberto, que precisou ser contido pelo atacante Grafite quando se irritou com torcedores que o chamavam de “macaco” e foi tentar tirar satisfação com os mesmos.

Ao comentar os episódios racistas ocorridos no estádio Erico Galeano Segovia, em Capiatá, cidade da Grande Assunção, Autuori reclamou que em solo sul-americano a Conmebol segue sem punir atos de racismo e lembrou que punições contra este tipo de prática são frequentes no futebol europeu.

“A América do Sul me parece, às vezes, uma República das Bananas, onde tudo pode acontecer. Na Europa, já estamos vendo punições claras em situações de racismo. O Nikão, na saída, foi chamado de macaco, e ninguém faz nada. Toda hora estão jogando garrafas em cima dele, e o quarto árbitro nada. É a República das Bananas a América do Sul, não tenho dúvida. Lá (na Europa) eles agem”, reclamou o técnico.

Com a vitória desta quarta, o Atlético-PR ingressou no Grupo 4 da Libertadores, no qual irá estrear no próximo dia 7 de março, contra a Universidad Católica, do Chile, às 21 horas, em Curitiba. O duelo será válido pelo Grupo 4, que ainda conta com o San Lorenzo, da Argentina, e o Flamengo, mas o treinador exibiu alívio com o maior período de treinos que terá agora para preparar a equipe para este próximo estágio da competição continental.

“Em três semanas eles (jogadores) fizeram quatro jogos decisivos, eliminatórios. Agora, teremos tempo, 15 dias para trabalhar”, disse Autuori, que também exaltou o peso de Lucho González para a equipe, após o meio-campista ter sido o autor do gol da vitória nesta quarta. “Para nós, é importante ter um jogador que coloque tudo dentro de campo. Isto agrega muito e não podemos abrir mão disso. É um jogador que tem se superado, com pouco tempo de trabalho”, reforçou.

Um dos líderes do atual elenco atleticano, o zagueiro Paulo André também exaltou o espírito de luta da sua equipe no Paraguai. “Sabíamos que seria difícil. Tivemos espírito de sacrifício e superação. Não precisávamos sofrer tanto, mas felizmente saímos com a vitória”, comemorou.

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