Nem mesmo o triunfo no clássico de domingo, pelo Brasileirão, trouxe novo ânimo ao Atlético Mineiro na Copa Libertadores. Em nova atuação apática, na noite desta quarta-feira, o time comandado por Roger Machado foi derrotado pelo Jorge Wilstermann por 1 a 0 no Estádio Félix Capriles, em Cochabamba, na Bolívia.
O único gol da partida no jogo de ida das oitavas de final foi marcado por Gilbert Álvarez, aos 40 minutos do primeiro tempo, em lance de puxeta. Pelo Atlético, o lance mais perigoso foi cabeçada de Rafael Moura, que acertou a trave, no segundo tempo. Foi uma das raras investidas da equipe brasileira no ataque.
Apesar do resultado negativo, o Atlético não deve se abalar com o tropeço, principalmente pelo histórico de reverter derrotas em competições de mata-mata. Uma vitória por dois gols de diferença na partida da volta, marcada para 9 de agosto, garantirá a equipe mineira na fase de quartas de final.
O JOGO – Apesar do embalo gerado por três vitórias seguidas, o Atlético adotou a cautela no começo do jogo. Muitas vezes a postura cuidadosa mais parecia apatia diante do rival de pouca expressão. Sem maior iniciativa, o time brasileiro se restringiu à defesa nos primeiros minutos de jogo.
Tanto que sua primeira investida no ataque só aconteceu aos 19 minutos. Foi um passe de Fred para Robinho, que finalizou com perigo, mas para fora. Acabou se tornando o único lance ameaçador do ataque atleticano em todo o primeiro tempo da partida disputada em solo boliviano.
Antes disso, o Jorge Wilstermann já havia criado boa chance de gol, aos 13 minutos. Após cobrança de escanteio na área, o zagueiro brasileiro Alex Silva (ex-São Paulo e ex Flamengo) cabeceou na primeira trave e mandou para fora.
O time boliviano só voltaria a atacar nos minutos finais da etapa. Porém, com mais eficiência. Aos 40, os donos da casa investiram pela esquerda, Gabriel fez o desvio quase em cima da linha e Gilbert Álvarez, de puxeta, completou para as redes. Cinco minutos depois, Cardozo arriscou de longe e deu trabalho para o goleiro Victor.
Para o segundo tempo, o técnico Roger Machado decidiu dar maior volume de jogo ao meio-campo atleticano. Ele sacou Robinho e promoveu a entrada de Valdívia. Na sequência, ele trocaria Elias por Otero.
Logo o Atlético passava a jogar mais no campo do adversário. Aos 6 minutos, Yago cabeceou com perigo e quase empatou. Do outro lado, os jogadores do Jorge Wilstermann se revoltaram contra o árbitro aos 8, pedindo toque de mão de Alex Silva na área. O juiz nada marcou.
Os dois lances esquentaram o jogo, mas não passaram disso. A partida não demorou para voltar ao ritmo lento da primeira etapa. O Atlético parava nas próprias dificuldades ao tentar buscar o ataque e o Jorge Wilstermann não fazia muito esforço para se segurar na defesa, sustentando a vantagem no placar.
No único lance que gerou esperança à torcida atleticana, Rafael Moura subiu mais que a zaga dentro da área e cabeceou com perigo. A bola acertou o pé da trave. Foi aos 35 minutos, na melhor investida da equipe brasileira fora de casa. Nos instantes finais, os bolivianos se defenderam bem até o apito final.
FICHA TÉCNICA:
JORGE WILSTERMANN 1 x 0 ATLÉTICO-MG
JORGE WILSTERMANN – Raúl Olivares; Omar Morales, Alex Silva, Edward Zenteno e Juan Pablo Aponte; Marcelo Bergese (Carlinhos), Fernando Saucedo, Cristhian Machado e Serginho (Jorge Ortiz); Rudy Cardozo e Gilbert Álvarez (Ricardo Pedriel). Técnico: Roberto Mosquera.
ATLÉTICO-MG – Victor; Alex Silva, Bremer, Gabriel e Fábio Santos; Rafael Carioca, Yago, Elias (Otero) e Cazares; Robinho (Valdívia) e Fred (Rafael Moura). Técnico: Roger Machado.
GOL – Gilbert Álvarez, aos 40 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS – Yago, Fred, Zenteno.
ÁRBITRO – Daniel Fedorczuk (Fifa/Uruguai).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Félix Capriles, em Cochabamba (Bolívia).