O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), aproveitou sua fala para empresários durante o 25º Congresso Brasileiro do Aço, na capital paulista, para alfinetar indiretamente a administração do PT no governo federal. Sem mencionar nomes, o tucano afirmou que o Brasil “parou” no ciclo de reformas e ficou colhendo os resultados do “ciclo do passado”, em provável referência ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “O grande problema nosso é que o Brasil ficou caro antes de ficar rico. O problema é que paramos o ciclo de reformas e ficamos colhendo do ciclo do passado”, disse.
Ele defendeu que, para fazer as reformas necessárias, é preciso ter “ambiente político”, o que, na visão dele, o País não tem atualmente por, entre os motivos, ter um grande número de partidos políticos. “O Brasil tem hoje 32 partidos políticos disputando as eleições, mais três já obtiveram registro e 26 estão coletando assinaturas. Os partidos estão destruídos, acabou-se a fidelidade partidária. São partidos sem nenhum interesse público”, criticou.
Em seu discurso, Alckmin também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que a Corte criou uma “máquina de fazer” novas siglas ao permitir que políticos levem consigo o tempo de televisão e a parcela do Fundo Partidário ao mudar de partido.
Alckmin também criticou o modelo de crescimento econômico baseado no consumo, que, segundo ele, não se sustenta. “É preciso investimento”, declarou.
Apesar de ter feito um discurso prioritariamente político, o tucano saiu sem falar com a imprensa, alegando que estava no evento como governador e não como candidato à reeleição. Ele informou apenas que falaria em outro compromisso de campanha, para o qual seguiu logo após participar do Congresso.