Terminou sem acordo a reunião de conciliação na Justiça entre a Universidade de São Paulo (USP) e o Sindicato dos Trabalhadores da instituição (Sintusp) nesta quarta-feira, 27. A reitoria não apresentou proposta de reajuste salarial.
A Justiça do Trabalho também apontou como ilegal o corte de ponto dos servidores em greve feito pela USP neste mês. Os autos foram remetidos para a vice-presidência judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, que pode decidir pelo abono dos dias descontados.
O corte de ponto só poderia ser feito após negociação com o sindicato ou sentença que julgasse a greve abusiva. “A USP se antecipou a uma decisão judicial? O corte de salário é contra a lei”, questionou o desembargador Davi Meirelles, que comandou a reunião.
A universidade alega que a medida tem o objetivo de impedir novos piquetes. Representantes da reitoria não quiseram atender ao pedido do desembargador de pagar os salários integralmente em setembro. Grevistas reclamam que os dias parados foram novamente anotados pelos diretores.
Sobre o congelamento de salários, a USP voltou a afirmar que não pode dar aumento por conta da crise orçamentária. Os gastos com a folha de pagamento, segundo a reitoria, são de cerca de 105% do orçamento.
Funcionários e professores cruzaram os braços há três meses contra a proposta de reajuste zero para 2014. O magistrado deixou pré-agendado novo encontro de conciliação entre as partes para o dia 5 de setembro.
Na próxima semana, a reitoria deve apresentar uma proposta de reajuste no Conselho Universitário, órgão máximo da instituição. O mesmo estudo deverá ser apresentado também no conselho de reitores das universidades estaduais paulistas.