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Skaf faz campanha solo em cidades com PMDB rachado

O candidato do PMDB ao governo do Estado, Paulo Skaf, teve de driblar as divisões internas do partido em agendas realizadas nesta terça-feira, 23, na região de Campinas, interior de São Paulo. Em Piracicaba, o peemedebista encontrou a sede do diretório municipal, na Avenida Beira Rio, com a porta fechada. No endereço estava prevista a concentração para uma caminhada até a beira do rio Piracicaba. Alertado, Skaf desceu uma quadra antes.

O presidente da executiva local, Valter Godói, integra o primeiro escalão da prefeitura, sob a gestão do tucano Gabriel Ferrato, e não foi receber Skaf. Godoi alegou não ter sido informado da agenda com antecedência. Na eleição do prefeito, os dois partidos foram aliados. O vereador Gilmar Rotta, o mais votado do PMDB, chegou em tempo apenas de cumprimentar Skaf, que já deixava a cidade. Ele reclamou da falta de apoio do partido. “A executiva estadual não me ligou em momento algum para falar de campanha. É uma situação que, depois das eleições, vamos ter de conversar”, disse.

Skaf encontrou o PMDB dividido também em Limeira. Os dois vereadores eleitos pelo partido não acompanharam o peemedebista em nenhum momento da agenda. Um deles chegou a integrar a equipe do prefeito Paulo Hadich, do PSB. “O PMDB aqui está passando por uma reformulação e é mais do que necessária”, disse o candidato a deputado estadual Rafael Camargo. Apontado como articulador do “novo PMDB de Limeira”, ele participou de corpo a corpo ao lado de Skaf.

Nas duas cidades, o candidato do PMDB deu entrevistas a veículos de comunicação e criticou o governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à reeleição. Em Piracicaba, Skaf caminhou pelas pedras do leito do rio quase seco. “Onde a gente está vendo pedra era tudo água. Nos últimos dez anos o Sistema Cantareira secou e os cinco metros cúbicos que eram transferidos para a bacia do Piracicaba passaram a três metros, prejudicando toda esta região, inclusive o rio Piracicaba, que recebe água do sistema.” Segundo ele, em 2004, quando houve a renovação da outorga do Cantareira, Alckmin estava no governo e se comprometeu a realizar obras para reduzir a dependência do sistema, mas nãoo fez. “É falta de obras e falta de investimentos para acabar com as perdas da água captada, mas um terço se perde.”

Segundo ele, quando atribui a crise hídrica à falta de chuvas, o governador comete um equívoco. “Falta de chuva e falta de água não são a mesma coisa. Tem região que é deserto, mas não falta água. Aqui, tem de rezar para chover, porque o governo não investiu.” Skaf também criticou o governador por ter contestado sua proposta de parcelar em dez vezes o pagamento do IPVA, hoje pago em três parcelas. “Ele disse que não dá para fazer porque não teve a ideia, mas, se formos eleitos, nós vamos fazer.”

Em Limeira, durante entrevista à TV Jornal, Skaf reagiu com irritação à pergunta sobre suposta contradição entre a participação do ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho em sua campanha e a proposta de mudanças. “O Fleury foi governador há mais de vinte anos e também quer mudanças. Se eu fosse do PSDB, você ia me perguntar do cartel do metrô e, se fosse do PT, a pergunta seria sobre o mensalão”, disse à repórter da emissora. Ele afirmou que não tem compromissos com cargos e que não loteará o governo.

Perguntado sobre o fato de criticar o governador de quem era amigo quando presidia a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Skaf afirmou que é amigo de Alckmin. “A Fiesp não é uma instituição partidária e nesse momento ele é meu adversário político e também me critica, embora sejamos amigos no campo pessoal.” Com o diretor da TV, Orlando Zovico, o candidato do PMDB analisou as pesquisas e fez contas para o segundo turno. “Faltam uns cinco pontinhos”, afirmou.

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