Foi registrado no estado do Rio de Janeiro, ontem, o nono caso de vítima de bala perdida em uma semana. Caio Robert Carvalho Rodrigues, de 14 anos, foi atingido no braço direito enquanto brincava no playground do prédio de familiares no bairro do Fonseca, município de Niterói. Na tarde deste domingo, 25, o quadro do adolescente era estável. Ele permanece internado no Hospital Icaraí e deverá ser submetido à operação.
Caio é mineiro da cidade de Barbacena. Ele está em Niterói de férias, visitando familiares. Quando foi baleado, estava ao lado de outras crianças brincando e acreditou ter sido atingido por um raio. O prédio onde Caio passa férias é localizado em um condomínio de classe média da região metropolitana do Rio. Por isso, a família do adolescente demonstrou perplexidade com a possibilidade de uma bala perdida atingir o edifício onde estava.
O oitavo caso foi registrado também ontem. Uma mulher ainda não identificada levou um tiro de raspão na perna, no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, zona norte da cidade do Rio, em meio a um tiroteio entre traficantes. Na última semana, duas crianças – Asafe William Costa Ibrahim, de 9 anos, e Larissa de Carvalho, de 4 anos – morreram ao serem atingida. Outra criança e quatro adultos foram feridos entre sábado, 17, e sexta, 23, em bairros da periferia da cidade do Rio.
Manifestação
A ONG Rio de Paz e a família de Larissa de Carvalho fizeram um protesto na manhã deste domingo na Praia de Copacabana. Uma cruz de madeira foi fincada na areia, cercada por brinquedos de Larissa. Parentes de outras crianças vítimas da violência urbana também foram ao ato público. Placas lembravam os nomes de outros meninos e meninas atingidos por balas perdidas na cidade. “Que seja feita justiça. Eu só queria sair com a minha filha, veio uma bala e acertou a cabecinha dela. A polícia só fica na zona sul, por que não investe na segurança dos nossos filhos?”, lamentou a mãe de Larissa, Mileni Carvalho.
A menina foi atingida quando saía de um restaurante com a família, no sábado da semana passada. Tia de Larissa, Michelle Carvalho fez um apelo para que qualquer informação sobre a origem da bala que matou a sobrinha seja levada à polícia.