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Polícia de Goiás passa a considerar como suicídio acidente de carro

A Polícia Civil de Goiás passou a considerar como suicídio e quatro homicídios um acidente de carro ocorrido no último sábado na BR-070, em Cocalzinho de Goiás (GO), a 90 km de Brasília. Morreram no local, após a colisão frontal com uma carreta, Marcos Aurélio Almeida Santos, de 42 anos, e seus quatro filhos, sendo três meninos e uma menina de 2,3,4 e 5 anos de idade.

O principal motivo é uma carta que Santos deixou com a ex-mulher e mãe das crianças, Samara Alves da Silva, de 24 anos, tão logo pegou os filhos na casa dela, por volta das 7h da manhã de sábado. A carta dizia: “Samara, espero que quando você estiver lendo essa carta eu e os meus filhos já estejam (sic) bem longe”, diz na primeira frase. “Hoje é um grande dia, para mim e meus filhos. Estaremos buscando um lugar de paz onde não exista humilhação e covardia.”

A carta também termina em tom de despedida: “Hoje 24-01-2015 será o último dia que você verá seus filhos e seu marido. Pode ficar com a casa em Vicente Pires e retornar a sua vida, mas com meus filhos você não viverá essa pouca vergonha.” Santos ainda tentou que a mulher entrasse no carro, sob a justificativa de que iam passar o dia na casa do ex-sogro. Mas ela se recusou após uma breve discussão. Ela também pediu que ele levasse roupas para eles, mas ele, de acordo com o depoimento que Samara deu à polícia, disse que para onde eles iam não eram necessárias roupas. O acidente ocorreu minutos depois após ele tentar fazer uma ultrapassagem. Ele dirigia um Renault Clio.

O casal se relacionou por sete anos e havia dois meses se separaram. De acordo com a polícia, Samara, após a separação, pediu proteção com base na Lei Maria da Penha. O pedido ainda não havia sido deferido pela Justiça. Santos, porém, recentemente conseguira autorização judicial para passear com as crianças no fim de semana. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Águas Lindas de Goiás, mas será transferido para a Delegacia de Homicídios do município.

Os corpos foram enterrados nesta segunda-feira em Brasília, em meio à tensão entre as duas famílias. A família de Santos alegou que o filho tratava uma depressão e estava transtornado com a separação. Sua mãe chegou a ofender Samara, que foi defendida por sua irmã. A Polícia Militar precisou chamar um efetivo para que os ânimos fossem controlados.

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