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Sindicalistas questionam decisão do ministro que favoreceu central ligada ao PMDB

Após decisão do ministro do Trabalho, Manoel Dias, que deu aval a atas sindicais colocadas em suspeição por técnicos do próprio ministério, centrais sindicais questionaram o chefe da pasta. “O ministro tem de ser cobrado por isso”, disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

A assinatura de Manoel Dias, como revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” fez com que a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) ultrapassasse os 7% de representação exigidos por lei para que a entidade receba uma parcela do imposto sindical pago pelos trabalhadores brasileiros. Desse modo, a CSB, que é ligada ao PMDB, vai receber cerca de R$ 15 milhões este ano.

Miguel Torres, da Força Sindical, disse que foi contra a liberação das atas desde o início da aferição no ministério. “Na hora que soubemos dessas atas pelo ministro, eu mandei uma carta questionando. Nenhuma central concorda com isso. Nós consideramos um absurdo”, afirmou. Para ele, pode haver distorções em atas de todas as entidades, mas o caso da CSB “é uma aberração”.

Para Torres, problemas desse tipo podem colocar em dúvida a credibilidade de todas as centrais. “Isso vai enlamear todo o mundo sindical”, avaliou.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, por sua vez, disse que as centrais vão se reunir após o carnaval para tratar do tema. “Nós não podemos desmoralizar o que é mais caro para nós, que é uma representação baseada na realidade”, afirmou.

Patah também criticou a decisão autônoma de Manoel Dias. “Eu acho que não deveria nem ser o ministro que decide. Quem tem que decidir isso somos nós. Se o ministro decide isso de forma equivocada, eu acho que ele não fez um bom serviço”, ressaltou.

Vagner Freitas, que preside a Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior central do País, se manifestou contra a decisão. “O ministro não pode ter esse poder de decidir sozinho”, disse.

Por meio de nota, a CSB informou que sempre defendeu que a verificação dos sindicalizados fosse feita por técnicos do Ministério do Trabalho. “O Ministério do Trabalho não contrariou as centrais sindicais, apenas cumpriu a Lei”, afirmou.

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