O diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Anthero de Moraes Meirelles, afirmou nesta quarta-feira, 1º, em depoimento à CPI do HSBC no Senado, que a instituição está trabalhando para identificar as movimentações financeiras relativas ao caso. Segundo ele, o BC está avaliando como as instituições que são supervisionadas pelo BC se comportaram em relação às operações atípicas.
Pouco antes, Anthero detalhou uma série de mudanças adotadas pelo BC para robustecer o sistema de controle dos bancos e demais instituições supervisionadas pelo órgão.
Segundo ele, o BC procura aprimorar sistemas e mecanismos de inteligência para poder identificar eventuais desvios e fraudes financeiras. “Temos um sistema financeiro muito sólido e robusto, tanto do ponto de vista das provisões quanto da liquidez do capital”, afirmou, ao mencionar avaliações do Brasil feitas por órgãos externos e do Tribunal de Contas da União (TCU).
O diretor afirmou que as operações de crédito representam 95% do risco do sistema financeiro hoje e que o BC zela para que as instituições financeiras estejam aderentes às normas de fiscalização, inclusive a observância às regras de lavagem de dinheiro. Ele disse que todas as operações estão registradas no Banco Central, que acompanha as instituições.
A CPI do HSBC no Senado ouve também o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid e o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Carlos Rodrigues. A comissão foi criada para apurar supostas irregularidades na abertura de contas de brasileiros na filial do banco na Suíça.
O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, destacou que somente com todas as informações sobre o caso será possível discernir se as operações foram lícitas ou ilícitas.
“Assim que todas as informações estiverem disponíveis, será possível fazer um diagnóstico preciso e discernir quais movimentações financeiras estão declaradas”, afirmou Rachid.
Em sua declaração inicial, o secretário da Receita explicou as tratativas com o governo francês para obter os dados da investigação que envolvem o HSBC. Ele informou que no dia 24 de março a autoridade Fiscal francesa confirmou que os dado solicitados pelo Brasil serão entregues. De acordo com Rachid, há uma missão da governo brasileiro na França no momento para tentar obter os dados.