O governador de Sergipe, Jackson Barreto, PMDB, tomou posse na manhã desta quinta-feira, 1, na Assembleia Legislativa, assumindo o compromisso de construir o Estado para as futuras gerações, lembrando sua trajetória política nos anos da ditadura militar assegurando que vai governar junto com a população. Ele fica no cargo até 2018 e já anunciou que sairá da vida política quando terminar o mandato. Num discurso que durou quase duas horas, Barreto lembrou o ex-governador Marcelo Déda, morto em dezembro de 2013 e de quem foi vice, e, emocionado, homenageou figuras da política sergipana que nos chamados Anos de Chumbo foram importantes da construção do antigo MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
Para a solenidade, a Polícia Militar (PM) montou um forte esquema de segurança, porque o serviço reservado da corporação obteve a informações que haveria manifestações de sindicatos e entidades como Movimento Sem Terra (MST). A PM distribuiu em pontos estratégicos da praça Olímpio Campos, onde fica o parlamento, diversos alunos do curso de formação de soldados em trajes civis. No entanto, nada aconteceu. O número de populares foi muito pequeno para assistir a posse. As centenas de bandeiras de Sergipe que estavam sendo distribuídas para população foram guardadas às pressas porque pouquíssimas pessoas a quiseram.
Apenas um pequeno grupo pessoas que passou no concurso da Polícia Militar abriu uma faixa alertando que Sergipe foi considerado o quarto Estado mais violento do País, segundo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e solicitava que Jackson cumprisse um compromisso de campanha que era o ingresso 1.200 pessoas na corporação. Enquanto que na praça, o número de pessoas era pequeno, as galerias da Assembleia Legislativa estavam lotadas.
Jackson fez uma série de agradecimentos, lembrou de familiares já falecidos, chorou quando se referiu à mãe Neuzice Barreto que o ensinou a ser humilde, sem ser subserviente. “Esse mandato também é do povo. Foram mais de 537 mil pessoas que confiaram em mim, em 67 dos 75 municípios sergipanos”, lembrou. Ele destacou duas pessoas da política sergipana que foram seus contemporâneos na construção do antigo MDB: o fundador e ex-vice governador de Sergipe, José Carlos Teixeira, e o militante Rosalvo Alexandre. Ambos estão com a saúde extremamente debilitada, mas compareceram a solenidade. Rosalvo chorou quando teve seu nome citado por Jackson Barreto.
Terminada a solenidade da Assembleia, Jackson passou em revista a tropa da PM em sua homenagem, acompanhado de um garotinho que adotou como avô. Alias, o menino roubou a cena na Assembleia e pouco antes de Jackson iniciar seu discurso, ele falou alto: “aí vô Jack”. No fim, exatamente como Marcelo Déda, Jackson se dirigiu a população falando da sacada do Palácio Olímpio Campos, antiga sede do governo sergipano, e que hoje é um museu.