Eduardo Cunha, líder da bancada do PMDB e candidato à presidência da Câmara dos Deputados, passou a manhã desta quarta-feira dando explicações aos apoiadores sobre a suposta inclusão de seu nome nas investigações da Operação Lava Jato. Peemedebistas reforçaram o discurso de que Cunha não aparece nas delações premiadas e que não há riscos para a candidatura do PMDB ao comando da Casa.
Em nome da bancada, o vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), saiu em defesa de Cunha e negou que o Ministério Público Federal vá pedir o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o parlamentar. De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, o policial federal Jayme de Oliveira Filho, que fazia entregas de dinheiro pelo doleiro Alberto Youssef, disse em depoimento que teria levado valores ao parlamentar em sua casa no Rio de Janeiro. Picciani disse que o policial, conhecido como “Careca”, se referiu em depoimento a um homônimo do peemedebista, o que transformaria a denúncia em um “fato frágil”. “Se a bomba contra Eduardo Cunha é essa, já virou estalinho”, minimizou.
Ao Broadcast Político, Cunha atribuiu a informação a uma “tentativa política de constranger” sua candidatura. O líder está hoje em Rio Branco (AC), onde cumpre agenda da campanha pela presidência da Câmara, e pretende manter a programação de viagens pelo Norte e Nordeste do País.
Os peemedebistas calculam que hoje teriam 250 votos a favor de Cunha na eleição de 2 de fevereiro. DEM, PTB, Solidariedade, PRB, PSC, e partidos menores que somam 24 deputados na nova legislatura já formalizaram a aliança. Ainda negociam o apoio do PP e aguardam uma posição do PSD. “Não vai ter segundo turno”, prevê Picciani. Ao ser informada sobre a denúncia, a deputada federal eleita Cristiane Brasil, filha do ex-líder do PTB Roberto Jefferson, mandou avisar a Cunha que a sigla manterá o apoio.
O favorito Eduardo Cunha concorre contra o atual vice-presidente e ex-presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Este último só conseguiu viabilizar sua candidatura após a aliança com o PSDB. A aposta na bancada do PMDB é que não haverá impacto da denúncia na campanha, a menos que os adversários atuem nos bastidores na tentativa de desgastá-lo. “Qualquer tentativa de ir além disso será um movimento político”, concluiu Picciani.