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Hospitais federais, estaduais e municipais terão central unificada no RJ

Na tentativa de reduzir a espera por internação e atendimento na rede de saúde pública do Rio de Janeiro, os hospitais federais, estaduais e municipais terão uma central unificada de regulação, que deverá começar a funcionar em seis meses e formará uma fila única de pacientes. A intenção é centralizar a busca por leitos disponíveis, o agendamento de consultas e cirurgias e apressar o início de tratamentos específicos. O acordo foi firmado, na noite de quarta-feira, em Brasília, entre o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes. Está descartada a transferência de hospitais federais para o Estado.

Discutida há mais de um ano, a Central Única de Regulação será coordenada pela Secretaria Estadual de Saúde e terá técnicos das três esferas de governo. As centrais municipal, estadual e federal funcionam sem comunicação entre si. O sistema unificado poderá, por exemplo, procurar em todos os hospitais públicos vaga para um paciente que procurou uma unidade municipal. Outro problema que poderá evitar é a presença de um mesmo doente em mais de uma fila de espera, sem informação compartilhada sobre o andamento do caso. “O Estado não assumirá os hospitais federais. O que precisamos definir os perfis dos hospitais, fixar o papel que cabe a cada um nesta rede unificada. Hoje, o cidadão tem dificuldade de entender onde procurar atendimento. É mais uma responsabilidade para a gente, mas é preciso resolver essa questão”, diz o secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto. Foi discutida também a criação de uma central de compras unificada, a fim de reduzir custos.

Descartada a hipótese de o Estado assumir a gestão dos hospitais federais, o Ministério da Saúde continuará responsável por nove unidades (seis hospitais e três institutos). Em setembro passado, a Defensoria Pública da União no Estado apontou sérios problemas nos hospitais de Bonsucesso e Andaraí, na zona norte. A defensoria cobrou agilidade nas obras da emergência em Bonsucesso, onde os pacientes são atendidos em contêineres. No Andaraí, foram encontrados problemas de higiene e manutenção. Até as 19 horas de ontem, o Ministério da Saúde não havia respondido às perguntas do Estado sobre a rede federal no Rio.

Com orçamento de R$ 6,1 bilhões este ano, a rede estadual tem dez hospitais gerais, oito de referência e dez institutos, entre mais de 70 unidades. A rede estadual tem 1.101 leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Na Central Estadual de Regulação, as maiores demandas são por leitos de UTI. Chegam à central cerca de 300 solicitações por dia para internações, 40% para pacientes com complicações cardíacas. A rede municipal tem orçamento de R$ 4,471 bilhões e 279 unidades, sendo seis hospitais de emergência e oito especializados. Tem 5.011 leitos de internação geral e 668 de terapia intensiva.

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