O presidente Jair Bolsonaro transformou a sua transmissão a vivo na redes sociais nesta quinta-feira, 5, em um "horário eleitoral gratuito", como ele mesmo definiu. Por 23 minutos, o presidente, que disse que não se envolveria na disputa municipal, pediu votos para dez candidatos a vereador, entre eles seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e sete prefeitos, incluindo Celso Russomanno (Republicanos), em São Paulo, e Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro.
O chefe do Executivo também declarou apoio à coronel Fernanda (Patriota), que concorre ao Senado pelo Mato Grosso em uma eleição suplementar. A vaga foi aberta com a cassação do mandato da juíza Selma Arruda, no ano passado.
"Eu não tenho poder de eleger ninguém, eu estou modestamente colaborando", disse Bolsonaro, que voltou a pedir votos para o filho. "Ele dispensa comentários. De novo, quem puder votar, a gente agradece."
O presidente também declarou apoio para sua ex-assessora Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí. Ela concorre ao cargo de vereadora em Angra dos Reis com o nome de Wal Bolsonaro. Na live, Bolsonaro voltou a negar que ela tenha sido sua "funcionária fantasma". Ela se demitiu após reportagem da <i>Folha de S.Paulo</i>, em 2018, apontar que ela trabalhava vendendo açaí, enquanto era nomeada no gabinete do então deputado federal.
Bolsonaro pediu votos também para oito candidatos a vereador nas cidades de São Paulo, Roraima, Fortaleza, Teresina, Belo Horizonte e Aracaju. Os indicados atuaram como apoiadores na eleição de 2018 e uma trabalhou como assessora do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Além de Russomanno e Crivella, o presidente voltou a pedir votos para seus apadrinhados candidatos a prefeito em Belo Horizonte (MG), Santos (SP), Manaus (AM), Paranaíba (PI) e Fortaleza (CE). Bolsonaro falou ainda que é para o eleitor votar no candidato "menos ruim", mas não abrir mão do voto.
"O pior voto que você pode dar é votar em branco ou votar nulo ou não comparecer. Mesmo alguns municípios não tendo bons candidatos, dá para você escolher o menos ruim e votar nele. Porque é péssimo a indecisão, o não participar, o não votar. De qualquer maneira, vai ter um eleito, então dá para você escolher algum candidato."
Em tom de crítica, o presidente também mencionou o uso de recursos do fundo partidário nas eleições. O chefe do Executivo destacou que quando foi eleito pela primeira vez para o cargo de vereador fez a campanha "na sola de sapato". "Fazer campanha como alguns fazem, com fundaço partidário e com tempo de televisão, aí é mole", declarou.