O Tribunal de Contas da União (TCU) negou na quarta-feira, 21, recursos da Petrobras e do ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli que tentavam barrar o envio de informações a respeito de obras suspeitas de irregularidades à força-tarefa da Operação Lava Jato. Agora, todas as peças do processo que apura superfaturamento na rede de gasodutos Gasene serão enviados à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal no Paraná, base da Lava Jato.
De acordo com o ministro André Luís de Carvalho, que é relator do caso no tribunal, há indícios, que precisam ser investigados, de que pode ter havido lavagem de dinheiro e desvio de recursos na execução do projeto em questão.
Ao discutir os recursos, ele afirmou estranhar a conduta da estatal de se insurgir contra medida que visa aprofundar as apurações sobre as obras e, em consequência, pode contribuir para sanear a empresa.
A Petrobras escalou advogados para tentar convencer ministros da Corte, anteontem, a fim de barrar o envio. Todos os presentes na sessão, no entanto, foram contra os recursos.
O Gasene é formado por três gasodutos que vão ligar o Sudeste ao Nordeste, a fim de abastecer esta região do País. Trata-se da maior obra do gênero dos últimos anos. Ao todo, a rede de gasodutos terá extensão de 1.372 km.
Acompanhamento
Além do encaminhamento à força-tarefa, por suspeita de desvio de recursos no projeto, TCU determinou que a Petrobrás fornecesse a seus auditores documentação completa sobre as obras. Também abriu processo para acompanhar as providências da estatal, da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal sobre o caso. “Há indícios de ilícitos penais nos autos”, disse o relator na sessão de quarta-feira.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.