O governo do Estado de São Paulo entrou com pedido na Justiça nesta quinta-feira, 30, para que o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), maior sindicato de professores do Estado, seja multada em R$ 100 mil pelo descumprimento de uma liminar concedida no dia 22, que proibia os grevistas de obstruírem rodovias em São Paulo.
A ação ocorre no mesmo dia em que os docentes, parados há mais de 40 dias, farão novo ato na Avenida Paulista e em ruas centrais da capital. Nesta quarta-feira, 29, um confronto entre policiais militares e professores em greve deixou pelo menos 200 feridos no Paraná. Em todo o País, 10 Estados e 8 redes municipais já realizaram greves ou paralisações neste ano por melhorias nas condições de trabalho e reajustes salariais.
O pedido do governo estadual ocorre depois da segunda manifestação dos professores em rodovias nesta greve. Nesta quarta-feira, professores em greve interditaram duas rodovias no interior de São Paulo. Em Campinas, cerca de cem professores bloquearam pela manhã um trecho da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101). O grupo caminhou pela estrada até o Trevo da Bosch. Em Marília, centro-oeste do Estado, outros cem professores grevistas, segundo a Polícia Militar, interromperam o tráfego nos dois sentidos da Rodovia Transbrasiliana (BR-153). O ato durou uma hora.
Na decisão da juíza Laís Helena Bresser Lang Amaral, é afirmado que o sindicato não “deve praticar qualquer ato de turbação ou esbulho nas rodovias do Estado de São Paulo ou das vias que lhe permitam acesso”.
Esta é a segunda ação judicial contra a Apeoesp. No início do mês, a Justiça de São Paulo vetou propaganda da Apeoesp que incentivava pais a não levarem os filhos para a escola. A decisão da juíza afirmou que a incitação “é ilícita e prejudica os interesses dos menores”. As propagandas que estavam na página oficial do sindicato precisaram ser retiradas e a multa por descumprimento é de R$ 100 mil por dia.
A Apeoesp reivindica reajuste de 75%. O Estado se comprometeu a criar uma política salarial pelos próximos quatro anos, mas não apresentou porcentuais. O sindicato convocou para as 14 horas desta quinta-feira assembleia na Avenida Paulista. Eles deverão seguir até a sede da Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República.