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Ex-ministro faz duras críticas à PF do Paraná pela ação tomada contra professores

O diplomata e acadêmico Paulo Sérgio Pinheiro, que esteve à frente da secretaria de Direitos Humanos de 2001 a 2003 no governo FHC, fez duras críticas à ação da Polícia Militar em Curitiba nessa quarta-feira, 29, que deixou ao menos 180 feridos ao reprimir protesto de professores. “É absolutamente revoltante que, em plena democracia do século XXI, o governo do Paraná trate manifestantes pacíficos usando bala de borracha, cachorros Pitbull e bombas”, disse.

Apesar de ter sido ministro em um governo do PSDB, mesmo partido do governador Beto Richa, Pinheiro não hesitou em condenar a ação. Ele disse que é “conversa para boi dormir” a argumentação feita por Richa de que os policiais combatiam os manifestantes violentos, os chamados black blocs.

“Isso é conversa para boi dormir de que foi para enfrentar os black blocks. Os black blocks são uns gatos pingados. Para enfrentar os black blocks, a polícia usou uma força absolutamente desproporcional. Só espero que o procurador-geral de Justiça do Paraná processe os mandantes e os policiais criminosos que fizeram essa repressão.”

Pinheiro afirmou também que, em sua avaliação, a PM do Estado não está preparada para agir nessas situações. “A polícia do Paraná não sabe como lidar com as manifestações. Não eram delinquentes, eram professores. evidentemente, é preciso ser revista a maneira que a Polícia Militar no Paraná opera”.

Nessa quarta, PMs e professores da rede estadual do Paraná em greve entraram em confronto na frente da Assembleia Legislativa do Estado. Foi um dos maiores confrontos da história do País envolvendo um grupo de manifestantes e a polícia. O grupo protestava contra a votação do projeto que autoriza o governador Beto Richa (PSDB) a usar recursos do fundo de pensão Paraná Previdência como parte das medidas de austeridade e ajuste fiscal. O projeto foi aprovado.

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