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PT veta oposição firme a Alckmin, diz deputado

Os deputados estaduais de São Paulo dão início hoje a uma nova legislatura na Assembleia Legislativa e o PT de novo vive em atrito sobre a forma de se opor ao governo Geraldo Alckmin (PSDB). O ex-líder do partido João Paulo Rillo se queixa de interferência da cúpula da sigla, que prefere a conciliação ao confronto com os tucanos.

Rillo atribui ao presidente estadual do PT, Emídio de Souza; ao prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho; e ao ministro da Saúde e ex-secretário dessa cidade, Arthur Chioro, a articulação para que a bancada – reduzida de 22 para 14 deputados – adote uma postura menos combativa. Após a reeleição de Alckmin em 1.º turno, apesar da crise hídrica e da alta dos furtos e roubos no Estado, setores do partido atribuíram a terceira colocação de Alexandre Padilha na disputa à “oposição light” da bancada na Assembleia.

“Uma forma de oposição está sendo vetada. Talvez eles (Chioro, Marinho e Emídio) considerem mais adequado uma linha mais conciliatória. Mas eles precisam falar sobre isso, admitir, jogar aberto”, disse Rillo na sexta-feira, ao deixar a liderança.

Segundo o parlamentar, o trio interferiu na escolha de nomes como o do deputado Enio Tatto para a 1.ª Secretaria, posto responsável pela administração da Casa. O PT costuma ser contemplado com essa função nos acordos partidários para que o PSDB eleja o presidente – hoje o escolhido é Fernando Capez.

O petista também reclamou da intervenção do trio na escolha do novo líder da bancada, o deputado Geraldo Cruz.

Desunião

Por meio de sua assessoria de imprensa, Emídio disse que “não discute questões internas pelos jornais”. Também via assessoria, Marinho não quis se pronunciar. Mas o prefeito manifestou a aliados sua irritação com as declarações de Rillo. Os assessores de Chioro não conseguiram contato com o ministro até a edição ser concluída.

Outros deputados petistas ouvidos pelo Estado rebateram Rillo e disseram que o PT fará oposição firme e sistemática a Alckmin, apesar da bancada menor.

Para Luiz Cláudio Marcolino, antecessor de Rillo na liderança, o problema foi de comando. “A gestão de Rillo na liderança desestruturou a bancada. Ele não trabalhou para ter uma unidade interna. Agora é preciso reconstruir a unidade para não ter apenas uma oposição individualizada”, afirmou Marcolino. “Oposição de forma isolada enfraquece.”

Para o líder do governo, Barros Munhoz (PSDB), Rillo ficou em posição minoritária no partido. “Você tem várias maneiras de fazer oposição. Eles (deputados do PT) fazem uma oposição possível, a meu ver.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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