Um novo método para a realização de transplante capilar em homens deve chegar ao País no próximo mês e promete um procedimento mais preciso e sem cicatrizes. A novidade é a utilização de um robô, chamado Artas, que faz a remoção dos folículos capilares, grupos com dois a quatro fios de cabelos, sem a necessidade de cortes e com redução de até 20% no tempo do processo, que pode demorar entre seis e nove horas. Normalmente, o procedimento de retirada das unidades foliculares é manual e feito por oito a dez profissionais.
“Com o robô, nós removemos de forma mais rápida e mais precisa, porque ele tem um sistema de imagem que emite um laser guia que mostra para o aparelho a posição do cabelo e já colhe na posição (correta) com um número menor de danos foliculares”, explica João Carlos Pereira, dermatologista especializado em Cosmiatria e Cirurgia Dermatológica e integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Por hora, o robô remove até 1 mil unidades foliculares e são necessárias 1,5 mil a 2 mil por procedimento.
Pereira será um dos primeiros especialistas brasileiros a oferecer a técnica que utiliza o robô. Vice-presidente sênior da Restoration Robotics, empresa que produz o sistema robótico, Miguel Canales diz que o equipamento foi lançado em 2011 nos Estados Unidos e já é comercializado em 17 países. “O Brasil é o país mais recente e o primeiro da América Latina a adotar o robô.”
Segundo Canales, a técnica feita com o Artas pode trazer uma série de vantagens para os pacientes brasileiros. “Com a introdução do Artas no Brasil, homens vão ter uma nova opção de ter um procedimento de transplante capilar menos invasivo, menos doloroso e sem uma cicatriz visível”, afirma. O ponto negativo, segundo ele, é o preço, tendo em vista a tecnologia do equipamento. De acordo com a empresa que distribui o produto, a Advance Medical, o custo médio do tratamento é de R$ 30 mil.
Pereira, que já conhece a técnica, diz que o local da retirada dos enxertos capilares fica com furos de 1 milímetro que fecham em 48 horas. “Esse sistema do robô programa a distância entre as mudas que vão ser removidas para que não tire muito perto e não tenha uma falha de cabelos”, completa. O dermatologista diz ainda que o robô minimiza o desgaste da equipe médica.
“Ele tem essa revolução porque consegue remover os cabelos por meio de um braço robótico controlado por um controle. É um trabalho cansativo e ele faz sem a fadiga manual e a variabilidade, pois repete o mesmo movimento inúmeras vezes precisamente.”
Resultado
Após o procedimento, o paciente pode lavar o cabelo a partir do quinto dia. Entre 15 e 20 dias depois do transplante, todos os fios caem. “A raiz fica. A partir daí, começa a germinar um novo fio, que será definitivo. Os cabelos começam a apontar na pele três meses após o transplante”, afirma Pereira.
Canales diz que a total transformação, quando os fios já estão mais longos, ocorre em menos de um ano. “Leva nove meses para o paciente ver o impacto estético completo do procedimento.” O tempo é semelhante ao dos procedimentos utilizados atualmente.