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Ministério atrasa bolsa de pesquisadores

Pesquisadores e estudantes estão com bolsas atrasadas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão federal ligado ao Ministério da Educação (MEC). Diferentes modalidades de bolsas – de iniciação à docência a programas de pós-doutorado – registram o problema, em vários locais do País. Segundo comunicado obtido pela reportagem, a Capes estaria aguardando recursos do MEC para realizar os pagamentos.

A reportagem identificou problemas nesta quinta-feira, 11, no pagamento a bolsistas em Santa Catarina, Paraná, Rio, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Sergipe, São Paulo e Pernambuco, entre outros Estados. Em grupos de debate numa rede social, bolsistas reclamam que não conseguem nenhuma resposta da Capes sobre a situação do pagamento.

As bolsas deveriam ter sido pagas até o 5.º dia útil do mês. O MEC defendeu, em nota, que o processo para o pagamento teria sido efetuado entre os dias 5 e 9, “conforme previsto”. Não informou por que o dinheiro não caiu na conta dos beneficiários. O ministério e a Capes não deram outros detalhes.

Mensagem encaminhada ontem a bolsista pela equipe de um dos programas da Capes – o Observatório da Educação (Obeduc) – indica que o setor financeiro estaria aguardando recursos do MEC. “Ainda não temos uma previsão de data”, diz a mensagem.

A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) já procurou o órgão do MEC para obter explicações sobre os atrasos. “Disseram que todas as bolsas foram pagas e que o problema havia sido resolvido, mas os bolsistas continuam relatando problemas”, diz a secretária-geral da ANPG, Hercília Melo. Segundo a associação, o Programa de Bolsas para Pós-doutorado (PNPD) foi o mais afetado. Também foi atingido o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid).

Contas

Pesquisadores relatam que já passam dificuldades para pagar as contas. “Não posso ter carteira assinada enquanto ganho a bolsa, então esse benefício é meu principal ganha-pão. Estou preocupado”, disse um mestrando da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que não recebeu a bolsa até agora e pediu anonimato. “Já liguei, mandei e-mails, e não dão respostas coerentes.”

No Facebook, bolsistas têm relatado “desespero” com a situação e “desesperança” com o pagamento. A mestranda em Educação Bruna Camargo, de 23 anos, afirma que não conseguiu respostas com a Capes. “Nos telefonemas, eles dizem que estão cientes do problema, mas não têm previsão do pagamento”, diz. “Nossas contas estão vencendo, eu mesma terei de recorrer a um empréstimo para pagar as contas. Ou então meu nome irá para o Serasa.”

Hercília disse que essa não é a primeira vez que a Capes atrasa bolsas. “O mais grave é que não sai um comunicado oficial, não há uma nota, nenhum cuidado, informando que os problemas serão resolvidos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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