Com um corte de R$ 9,4 milhões em seu orçamento, o Ministério da Educação começa a mexer em alguns de seus principais programas. Uma das vitrines de campanha da presidente Dilma Rousseff, o Pronatec terá este ano um milhão de vagas, um terço do que foi oferecido em 2014, no primeiro decréscimo no programa desde a sua criação. O número foi apresentado pelo ministro Renato Janine Ribeiro durante audiência pública nesta quarta-feira, 10, na Câmara dos Deputados.
Janine também confirmou que o governo estuda um aumento nos juros do Financiamento Estudantil, mas não confirmou se o valor subirá para 6,5%.
“O Pronatec vai ter este ano um milhão de vagas mesmo com os cortes. Estamos administrando isso com o cuidado, com o carinho de evitar maiores prejuízos. Na última semana, liberamos mais de R$ 270 milhões para as entidades afiliadas ao Pronatec. Se houve atraso, não foi absolutamente por vontade, foi por falta de recursos”, disse o ministro ao responder uma das perguntas durante a audiência.
Em 2014, o Pronatec, que oferece qualificação profissional de nível médio e básico em associação com universidades e o Sistema S, teve 3 milhões de bolsas. Era um dos principais motes da campanha presidencial de Dilma Rousseff – que chegou a indicar o programa para uma economista desempregada que perguntou a ela, durante debate, o que deveria fazer para encontrar um novo emprego. No ano passado, foi atingida a meta de 8 milhões de vagas e o governo determinou uma nova meta, de 12 milhões até 2018.
Perguntado se o número deste ano não prejudicaria o atendimento da meta, Janine lembrou que a realidade do governo é que a arrecadação diminuiu e é preciso ver o que será possível fazer sem prejudicar a sociedade. “Entendemos este ano como um ano atípico e uma vez superada essas situações e restaurada a saúde da economia, teremos condições de continuar essa trajetória”, disse em entrevista ao sair da audiência pública.