O desmatamento da Amazônia Legal em maio de 2015 aumentou 110% em relação ao que foi verificado em maio do ano anterior, de acordo com o monitoramento não oficial produzido pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Os dados do SAD revelam que, no mês passado, foram devastados 389 km² – uma área que equivale a mais de 240 vezes a do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. Em maio de 2014, a destruição se estendeu por 185 km². Todos os boletins do SAD em 2015 registraram tendência de aumento do desmatamento ante o mês correspondente em 2014.
Em maio 2015, o SAD detectou desmatamento no Amazonas (27% do total), Mato Grosso, (27%), Pará (23%), Rondônia (21%) e Roraima (11%). Os municípios que lideraram a destruição da floresta foram Novo Progresso (PA), com 70,5 km², Lábrea (AM), com 45,4 km², Manicoré (AM), com 28,7 km² e Porto Velho (RO), com 25 km².
Aproximadamente 55% de todo o desmatamento registrado em maio aconteceu em áreas privadas. Cerca de 31% da remoção total de florestas aconteceu em Unidades de Conservação, 13% em assentamentos de reforma agrária e 1% em terras indígenas, de acordo com o Imazon.
Além dos dados relacionados ao corte raso, o Imazon também publicou dados sobre a degradação florestal – as áreas nas quais as árvores não foram totalmente suprimidas, mas onde a floresta foi excessivamente explorada ou atingida por queimadas. A degradação caiu 79% em maio deste ano. Foram registrados 33 km² de florestas degradas em toda Amazônia Legal em 2015 contra 159 km² em 2014, segundo o SAD.
O desmate acumulado de agosto de 2014 a maio de 2015 – período que corresponde aos dez primeiros meses do calendário de medição do desmatamento – foi de 2.286 km². Houve aumento de 170% em comparação ao desmate acumulado entre agosto de 2013 e maio de 2014, que foi de 846 km².
No ranking do desmatamento acumulado, o Mato Grosso lidera a destruição. Entre agosto de 2014 e maio de 2015, o Estado teve 837 km² devastados.
Metodologia alternativa
O SAD utiliza imagens do mesmo satélite empregado pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que fornece ao governo federal informações sobre novas áreas de desmatamento na Amazônia, auxiliando nas operações de repressão ao desmate ilegal.
No entanto, as metodologias do Inpe e do Imazon são distintas. O Inpe ainda não divulgou os dados do Deter para maio de 2015. Mas, em maio de 2014, o sistema registrou 271 km² de alterações florestais, somando corte raso e degradação florestal. Já para sistema do Imazon, em maio de 2014, corte raso e degradação somaram 422 km². As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.