A maioria dos políticos a quem Ricardo Pessoa, dono da UTC, diz ter entregado dinheiro nega que tenha havido caixa 2 e afirma que as quantias foram destinadas à campanha eleitoral via doação legal e constam nas prestações de contas apresentadas à Justiça Eleitoral. Advogados dos citados na lista divulgada pela revista Veja disseram ainda que não iriam se pronunciar porque não tiveram acesso ao conteúdo da delação premiada.
Em nota, o PT negou ter recebido dinheiro ilegal tanto na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2006) quanto na da presidente Dilma Rousseff (2010). “A Secretaria de Finanças do PT informa que todas as doações recebidas pelo partido aconteceram estritamente dentro da legislação e foram declaradas à Justiça.”
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou que a quantia mencionada por Pessoa consta na prestação de contas de 2010 e disse não estar preocupado. “Quem tem que estar preocupado foi quem intermediou negócios do Pessoa com a Petrobras. Eu jamais teria condições de intermediar qualquer tipo de negócio dele com a estatal dada minha posição política.”
O senador Benedito de Lira (PP-AL) disse que o diretório do PP repassou à sua campanha a doação da Constran. “Nunca mantive contato com esse povo, o partido que fez a gestão junto às empresas.” Deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou, por meio do seu advogado, Pierpaolo Bottini, que não recebeu doação de Pessoa. Segundo ele, a acusação “não tem fundamento”.
O advogado dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Ciro Nogueira (PP-PI), Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que vai pedir ao ministro do Supremo Teori Zavascki acesso à delação. “O País virou um país dos boatos. O Ministério Público diz que precisa refundar a República, mas essa boataria afunda a República.”
Deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse ser “mentira pura” declaração de que ele possa ter recebido propina ou caixa 2. “Nunca peguei dinheiro de caixa 2, a doação da UTC que entrou no caixa do partido foi toda por vias oficiais”, afirmou.
Em nota, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) afirmou que “todas as doações de campanha foram oficias e de acordo com a legislação eleitoral”. O senador Fernando Collor (PTB-AL) atendeu a ligação do Estado, mas antes de ouvir a pergunta desejou “um bom final de semana” e desligou. O prefeito Fernando Haddad disse que as doações e despesas de sua campanha foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral. O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado não foram localizados. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.