Elevadas para a fase laranja nesta sexta-feira, 10, duas das principais cidades do interior paulista – Sorocaba e Piracicaba – recusaram a promoção e vão continuar na fase vermelha, a mais restrita do Plano São Paulo de retomada das atividades. A alta ocupação dos hospitais que atendem pacientes com o novo coronavírus e o grande número de casos e mortes pela doença levaram os prefeitos a manter o funcionamento apenas das atividades essenciais. Pelos critérios do plano estadual, as cidades reuniram condições de abrir, com restrições, o comércio não essencial. Os demais municípios da região, no entanto, migram para a fase laranja.
Em Sorocaba, mesmo com a abertura de 25 novos leitos esta semana, dez pacientes aguardavam vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na rede pública. "Seria uma irresponsabilidade, uma incongruência diante da saturação da taxa de ocupação de leitos de enfermaria e UTI nós abrirmos as atividades econômicas, de forma que a doença poderia se alastrar", disse a prefeita Jaqueline Coutinho (PSL).
Em 24 horas, a cidade registrou 871 novos casos, chegando a 8.199 positivos e 162 mortes. A ocupação em hospitais públicos era de 94,7%, mas a Santa Casa, com maior quantidade de leitos para a covid-19, tinha 100% de ocupação.
Na mesma linha, o prefeito Barjas Negri (PSDB), de Piracicaba, decidiu que não só manterá a cidade na fase vermelha, como vai proibir, a partir da próxima quinta-feira, 15, a venda e distribuição de bebidas alcoólicas em todo o comércio, essencial ou não, depois das 18 horas. "Resolvemos permanecer com o comércio fechado porque o número de casos vem aumentando e, consequentemente, a ocupação de leitos", afirmou Negri.
O decreto será publicado na segunda, 13. Nesta sexta, foram confirmados mais 171 casos e seis óbitos – agora são 4.230 casos positivos e 43 mortes. Nos últimos dez dias, o número de casos aumentou 36% e a ocupação de leitos de UTI cresceu 38%.
<b>Prefeito defende maior restrição
</b>Após a confirmação da 47.ª morte pelo coronavírus, o prefeito de Rio Claro, João Teixeira Junior (DEM) informou que também pode abrir mão da fase laranja e continuar na vermelha. Em quarentena, após contrair a covid-19, o prefeito publicou live em redes sociais defendendo a maior restrição. "Voltar para a fase vermelha foi importante e continua sendo importante, pois a doença cresceu em ritmo menor", disse.
Segundo ele, quando a cidade estava na fase laranja, o aumento nos casos foi de 454% e, de mortes, 92%. Já na fase de maior restrição, os percentuais caíram para 120% e 48%, respectivamente.