O governo de São Paulo reforçou propostas aos professores da chamada categoria O (temporários) para tentar dar fim à greve dos docentes, que já dura 59 dias. Em reunião com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o governo informou que enviará, em até 30 dias, projeto de lei que estende o atendimento médico de saúde dos servidores públicos (Iamspe) a esta parcela da categoria.
O governo também sinalizou que vai diminuir o intervalo contratual dos temporários para três anos – hoje, eles precisam se afastar das aulas por 40 dias após um ano de trabalho, para não haver vínculo empregatício. A Secretaria Estadual de Educação (SEE) já havia mencionado em reunião anterior que “estudava” a implementação das medidas.
O corte de ponto dos grevistas, que tiveram neste mês o primeiro desconto no salário pelas faltas de março, foi mantido. O sindicato recorre agora no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão. Na última semana, a Justiça derrubou liminar da entidade que evitava os descontos, após recurso movido pelo governo estadual.
Também não houve nenhuma proposta de reajuste, mas o governo afirmou que “mantém a política salarial” e que a data-base da categoria é em 1º de julho. A Apeoesp reivindica reajuste salarial de 75,33% para que, segundo a entidade, haja equiparação salarial a outras categorias com ensino superior, conforme uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).
A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, criticou o resultado da reunião. “Positiva para mim seria ter saído com o índice (do reajuste)”, disse. Os professores farão nova assembleia para discutir a continuidade da greve nesta sexta-feira, no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Mais cedo, cerca de 100 professores participaram de um ato na frente da Secretaria de Educação. Eles montaram um “varal de holerites” próximo ao prédio, mas não puderam se aproximar por causa da presença da Polícia Militar e de grades que separavam o imóvel dos manifestantes.