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Após rejeição pelo Senado, governo não sabe o que fazer com diplomata

O dia seguinte à primeira rejeição pelo Senado de um embaixador indicado, o governo ainda não sabe o que fazer com o diplomata Guilherme Patriota. Nomeado para a representação do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), o irmão do ex-ministro Antonio Patriota está nesse momento em um limbo: já deixou o cargo que tinha na representação das Nações Unidas, para onde outro embaixador já foi nomeado e, por enquanto, não tem para onde ir.

É dado como certo, no entanto, que Patriota será indicado para algum cargo que não precise de aprovação do Senado. Além do risco de ser novamente rejeitado em uma nova votação, o embaixador ficou bastante abalado pela rejeição, a primeira que se tem notícia. Entre essas alternativas, há chefias consulares ou um cargo no Brasil. No entanto, o diplomata ficou menos de dois anos no exterior. Voltar ao País agora prejudicaria sua evolução na carreira, já que há um tempo necessário a ser cumprido fora do Brasil.

Patriota teve seu nome rejeitado por 38 votos contrários e 37 favoráveis, mas precisava de 41 para ser aprovado. Uma mostra do que estava por vir foi sua aprovação na Comissão de Relações Exteriores, onde foi teve sete votos a favor e seis contra. Ao ser sabatinado, teve que ouvir duros questionamentos de senadores como Ronaldo Caiado (DEM-GO), que reclamaram da influência do assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, na política externa brasileira, com quem Patriota trabalhou antes de ir para Nova York.

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a rejeição ao embaixador foi uma tentativa de atacar a presidente e medir forças com o governo, mas a ligação de Patriota com Marco Aurélio o transformou em um alvo mais claro do que qualquer outro diplomata sabatinado até agora. Desde fevereiro, várias nomeações já foram aprovadas sem problemas, inclusive a do ex-ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo para a embaixada em Washington.

Para o governo, o futuro do embaixador não é assunto prioritário. Apesar da nota lamentando a rejeição e elogiando o diplomata, divulgada na noite de terça-feira, o futuro de Patriota não está entre os problemas imediatos a serem resolvidos. A avaliação do Planalto, no entanto, partiu da interpretação equivocada de que o embaixador poderia ficar ainda até mais dois anos em Nova York, onde era o embaixador-adjunto da representação brasileira nas Nações Unidas. No entanto, o cargo já foi preenchido.

O ex-embaixador na Índia, Carlos Sérgio Sobral Duarte, já teve sua nomeação publicada no Diário Oficial e está em processo de mudança de Nova Délhi, já que o novo embaixador no país asiático – Tovar Nunes, ex-chefe de gabinete do ministro – já foi sabatinado, aprovado e teve sua indicação aceita pelo governo indiano. Para que Patriota volte à Nova York, o Itamaraty teria que encontrar outro lugar para Sobral Duarte.

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