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Doação de empresa para campanha eleitoral pode ser barrada, diz ministro

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, disse nesta sexta-feira (29) haver uma expectativa de reversão da posição favorável da Câmara dos Deputados ao financiamento privado de campanha na segunda votação da proposta de emenda constitucional (PEC). A medida foi aprovada nesta semana, em primeiro turno, por 330 dos 513 parlamentares da Casa.

“Estamos acompanhando a agenda do Congresso. Há uma expectativa de revisão no segundo turno, de derrotar essa medida, e vamos aguardar inclusive o debate no Senado”, afirmou Rossetto, antes de participar pela manhã de um debate com a sociedade civil sobre o Plano Plurianual 2016-2019, em Belo Horizonte. À tarde, já na capital federal, o ministro disse que suas declarações sobre o assunto são opiniões pessoais, e não uma posição do governo Dilma Rousseff. No dia anterior, em Porto Alegre, Rossetto já havia manifestado contrariedade com o texto aprovado pela Câmara na noite de quarta-feira (27).

A emenda, sugerida pelo líder do PRB, Celso Russomanno (SP), inclui na Constituição o financiamento de empresas a partidos políticos e doações de pessoas físicas a candidatos. O texto foi proposto um dia depois de uma iniciativa semelhante ter sido rejeitada por não ter atingido o mínimo para aprovação de uma mudança constitucional – 308 votos, ou 60% da Câmara.

“Esse é um dos temas que mais nos tem preocupado mais e que deve centralizar o debate (sobre a reforma política)”, disse Rossetto, que integra no PT a corrente Democracia Socialista, à esquerda da direção partidária. Para o ministro, a sociedade “muito fortemente” rejeita o financiamento de campanhas por empresas, “porque a experiência que acumulamos no Brasil não é uma experiência positiva”.

“Os financiamentos empresariais se tornaram instrumento de corrupção política, fazem com que a representação política se subordine ao interesse privado. O que é muito ruim para a democracia e para o País”, afirmou Rossetto. O ministro, homem de confiança de Dilma que foi coordenador da campanha à reeleição, lembrou que a presidente já se manifestou publicamente contrária à doação privada. Em 2014, a campanha petista arrecadou R$ 337 milhões em contribuições vindas de empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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