A presidente Dilma Rousseff quer que as vítimas atingidas pelo rompimento da barragem em Mariana (MG), no dia 5 de novembro do ano passado, sejam incluídas nos debates em torno do acordo extrajudicial que está sendo negociado entre a Samarco, Vale e BHP Billiton, os Ministérios Públicos Federal e Estadual e entidades governamentais.
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, esperava concluir o acordo no início deste mês. Além disso, estava prevista para a última sexta-feira, 19, a consolidação das redações dos textos que já são consenso entre as partes. No entanto, segundo a Advocacia-Geral da União, a minuta ainda está em processo de elaboração.
Segundo interlocutores da presidente, Dilma deve agendar para os próximos dias uma reunião com os governadores de Minas Gerais e Espírito Santo, representantes das empresas e do poder judiciário para defender que as vítimas têm o direito de participar do comitê que trabalha para definir indenizações e ações de reparação ambiental.
A pendência para que o “martelo seja batido”, segundo fontes do Planalto, está principalmente na resistência da empresa em aceitar – como quer o governo – a responsabilidade por obras de compensação, como saneamento básico, tratamento de resíduos sólidos, reflorestamento.
Há impasse também nas questões relacionadas ao financiamento das ações, como o valor a ser dispensado por uma fundação privada, abastecida com verba da própria mineradora, com garantia das controladoras Vale e BHP Billiton. A estimativa de custo é de R$ 20 bilhões.