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Oposição fala em convocar Cardozo para explicar delação de Delcídio

A oposição na Câmara sugeriu na manhã desta quinta-feira, 3, convocar o ministro da Advocacia Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, para explicar o conteúdo da delação premiada do ex-líder do governo Delcídio do Amaral. A proposta veio do líder do PPS, Rubens Bueno (PR), que deve apresentar o requerimento ainda nesta quinta para que o ministro venha ao plenário principal da Casa.

O vazamento da delação premiada do senador tumultuou a sessão matutina da Câmara. Oposicionistas defenderam a renúncia da presidente Dilma Rousseff e reiteraram a disposição de trabalhar pelo impeachment da petista e pela ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode cassar a chapa presidencial. “O que é que sustenta mais esse governo? O País está à deriva”, indagou Bueno, numa referência à crise econômica. “Ela não pode continuar como se nada tivesse acontecendo”, insistiu o líder.

Além da convocação de Cardozo, o deputado sugeriu que o desembargador Marcelo Navarro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também venha à Casa, seja via convite ou convocação, para dar sua versão dos fatos denunciados por Delcídio. Segundo a revista IstoÉ, Delcídio teria acusado a presidente Dilma de atuar para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário. Uma das investidas passava pela nomeação de Navarro ao STJ.

Um dos vice-líderes do governo na Câmara, Silvio Costa (PSC-PE), disse que Cardozo não negaria comparecer ao parlamento. “Não precisa nem convocar. Se existe alguém sério neste País é o ministro”, respondeu.

Prisão

Além dos ataques à presidente Dilma, a oposição concluiu que a gravidade da delação atinge diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não tem outro caminho para ele (Lula) a não ser a prisão”, pregou Bueno. O ex-presidente também teria sido citado na delação de Delcídio.

Os governistas fizeram discursos no plenário chamando o conteúdo da delação de “mentiroso” e acusando a oposição de praticar “selvageria” política e de ter “ética seletiva”. “Vamos parar com as acusações rasteiras”, apelou o vice-líder do PT, deputado Wadih Damous (RJ).

“Essa oposição não tem qualificação ética e moral para agredir ninguém”, declarou Silvio Costa. O vice-líder do governo disse duvidar que Dilma tenha participado de “negociata”. “Duvido que a presidente Dilma, uma mulher que aguentou tortura física, tenha conversado com Delcídio algum assunto não republicano”, afirmou.

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