A menos de um mês da eleição, o consenso hoje entre as principais candidaturas à Prefeitura de São Paulo é que, se não desidratar vertiginosamente como na reta final da campanha de 2012, o candidato do PRB, Celso Russomanno, tem lugar garantido no 2º turno.
Em caráter reservado, marqueteiros, líderes partidários e candidatos reconhecem, com base em estudos qualitativos e levantamentos feitos por telefone, que não há tempo hábil para desconstruir o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, a menos que haja algo extraordinário. Na mais recente pesquisa Ibope, divulgada no dia 23 de agosto, Russomanno aparece com 33% das intenções de voto.
Partindo dessa premissa, a campanha da senadora e ex-prefeita Marta Suplicy (PMDB), que aparece em segundo lugar com 17% das intenções de votos, poupará Russomanno na TV, palanque e entrevistas.
A estratégia desenhada pela campanha da candidata do PMDB mira em João Doria (PSDB), que na mesma pesquisa está com 9%, empatado com o prefeito Fernando Haddad (PT) e Luísa Erundina (PSOL). O tucano, porém, tem o menor índice de rejeição entre eles.
A avaliação interna na campanha peemedebista é que Doria, hoje, é o mais forte adversário da ex-prefeita na disputa por uma segunda vaga no segundo turno. Dono do maior tempo de TV e candidato mais rico, o empresário seria o único a ter registrado, nas pesquisas internas, um crescimento significativo nas últimas semanas.
Por ora, não é intenção da campanha de Marta abrir um confronto direto com Doria. A candidata do PMDB, no horário eleitoral na TV a ser exibido nesta semana, vai insistir nas propostas para a saúde e críticas à gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), que tenta a reeleição, mas sem citar o partido dele. O arsenal contra o candidato tucano, porém, já está pronto.
A principal estratégia para a “desconstrução” do candidato tucano será questionar o selo de empresário bem sucedido. A campanha pretende passar a ideia que empresário cresceu em um ramo considerado subterrâneo no imaginário popular, o network.
A campanha de Marta também já trabalha com a ideia de correr atrás do voto útil. Se Doria alcançar o índice de empate técnico na reta final da campanha, a candidata do PMDB apelará para a busca do chamado “voto útil” dos eleitores que tem inclinação em votar no Haddad ou na Erundina.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.