Com o índice de 45,5% nesta sexta-feira, 9 de setembro, o Sistema Cantareira ultrapassou a quantidade de água reservada no mesmo período de 2013, quando ainda não havia se iniciado a crise hídrica. Em 9 de setembro de 2013, o índice do Cantareira era de 45,4%. Esse total não considera as reservas técnicas e mostra a boa recuperação que o Sistema vem apresentando este ano, tendo atingido essa evolução ainda antes mesmo do retorno da época das chuvas mais constantes, que devem começar no próximo mês.
No índice que considera também as reservas técnicas, a quantidade de água reservada já chega a 74,8%, mostrando que as previsões pessimistas que apontavam que o Cantareira nunca iria se recuperar ou que demoraria 10 anos para isso eram alarmistas e erraram de forma crassa. A seca recorde de 2014, quando os níveis de afluência foram inferiores à metade dos de 1953 gerou uma crise hídrica histórica e fez com que o nível do Cantareira caísse a índices extremamente baixos.
A recuperação do Sistema é reconhecida pelos próprios órgãos reguladores ANA (Agência Nacional de Águas) e DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo), que liberaram no início de setembro o aumento da retirada média do Cantareira de 23 m3/s para 25 m3/s. Essa retirada ainda é abaixo da média de antes da crise (31 m3/s), o que permitirá que o manancial continue se recuperando nos próximos meses.
Naquela situação, o abastecimento de água na Grande São Paulo só foi mantido graças a um grande esforço da Sabesp que, para isso, utilizou obras como o bombeamento das reservas técnicas e a interligação dos sistemas, assim como a redução de pressão de água nas redes. Também foi fundamental no enfrentamento da crise o programa de bônus para quem reduzisse o consumo, que contou, em média, com a participação de mais de 80% dos clientes no uso racional da água.