Um dia depois da divulgação de um vídeo nas redes sociais em que o russo Nikita Mazepin, contratado pela Haas para a temporada de 2021, é acusado de assédio sexual por ter colocando a mão de modo inapropriado no peito de uma mulher que estava no banco de trás de um carro, a Fórmula 1 e a FIA divulgaram um comunicado conjunto nesta quinta-feira apoiando a equipe americana em sua resposta ao comportamento do piloto.
A categoria manifestou apoio à Haas e disse que princípios éticos e diversidade são de "máxima importância" para ela e a entidade máxima do esporte. Mas, assim como a escuderia, não anunciaram alguma medida repreensiva contra Mazepin.
"Nós fortemente apoiamos a Haas na resposta às recentes ações inapropriadas de seu piloto Nikita Mazepin", disse a Fórmula 1 em um comunicado nas redes sociais assinado em conjunto com a FIA. "Mazepin fez um pedido público de desculpas pela má conduta e essa questão seguirá sendo tratada internamento pela Haas. Os princípios éticos e a cultura diversa e inclusiva de nosso esporte são de máxima importância para a FIA e a Fórmula 1", completou.
Na postagem, o futuro piloto da Haas está no banco do passageiro de um carro, filmando o amigo que está dirigindo e a rua em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos. Então, vira a câmera para o banco de trás e mostra a mulher, que está com um dos seios um pouco à mostra por conta da alça do vestido que acabou deslizando. Mazepin estica seu braço e tenta tocar no seio e no corpo da modelo, que tenta afastar a mão do russo. A mulher mostra o dedo do meio em seguida e a gravação termina. No post, ele escreveu o nome da moça seguida de "ela é a melhor".
Na quarta-feira, Mazepin se pronunciou após a repercussão do vídeo. Em postagens divulgadas em suas redes sociais, sem mencionar a jovem envolvida no caso, o russo pediu desculpas pelo constrangimento causado e disse reconhecer o erro.
"Eu gostaria de me desculpar pelas minhas ações recentes em relação ao meu comportamento inapropriado e o fato de que ele foi exposto nas redes sociais. Sinto muito pela ofensa que causei diretamente e pelo constrangimento que trouxe para a Haas. Eu tenho que me manter em um alto padrão como piloto de Fórmula 1 e reconheço que decepcionei a mim próprio e muitas pessoas. Prometo que vou aprender com isso", declarou.
O comportamento de Mazepin causou uma onda de revolta nas redes sociais. Um movimento se iniciou contra o piloto russo, primeiro com a tag #WeSayNotoMazepin (Nós dizemos não a Mazepin, em tradução) e depois até mesmo com um abaixo-assinado pedindo para que a FIA não o permita estrear na Fórmula 1.
O piloto já protagonizou outras polêmicas na internet. Em novembro, Mazepin fez uma publicação "parabenizando" a covid-19 pelo "aniversário" de um ano do primeiro caso da doença e, em uma transmissão feita por George Russell – piloto da Williams e substituto de Lewis Hamilton na Mercedes – sugeriu, em tom de piada, que o britânico estaria "saindo do armário". Brincadeira que não foi bem recebida entre fãs.