O prefeito e candidato a reeleição, Bruno Covas (PSDB), elogiou nesta sexta-feira, 20, a ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL), candidata a vice na chapa do seu adversário Guilherme Boulos (PSOL). Após sair de um evento com sindicalistas no Sindicato das Empresas de Prestação de Serviço (Siemaco), o tucano foi questionado sobre um jantar de arrecadação promovido por ele em 2009 para ajudar Erundina a pagar uma multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na ocasião, a deputada, então no PSB, foi condenada a devolver aos cofres municipais cerca de R$ 350 mil por ter impresso, quando era prefeita da capital, cartazes explicando à população que os ônibus municipais de São Paulo não circulariam nos dias 14 e 15 de março de 1989 em apoio a uma greve geral convocada pela Central Única dos Trabalhadores e Central Geral dos Trabalhadores.
A decisão do STF desencadeou uma mobilização de lideranças de vários partido para ajudar a deputada. "Respeito muito a história da Luiza Erundina. Quando ela foi condenada a devolver recursos para o poder público, ajudei a coordenar um jantar de arrecadação para ajudá-la a pagar essa multa. Sigo a orientação do Judiciário, mas sei que a Luiza Erundina é uma pessoa honesta. Nesse caso ela não se beneficiou", disse Covas.
Em seguida, o prefeito afirmou que é preciso deixar às vezes divergências partidárias de lado para "somar forças para pessoas de bem na cidade e São Paulo". A declaração foi feita no momento que a campanha de Covas dá protagonismo a outra ex-prefeita petista, Marta Suplicy, que foi lembrada no horário eleitoral do tucano e vai comandar uma carreata ao lado dele neste sanado (21) em bairros da Zona Sul.
O candidato do PSDB também comentou a adesão do PSL e da deputada Joice Hasselmann, que disputou a Prefeitura no primeiro turno pela sigla, à sua candidatura. Covas disse que se compromete a incorporar alguns pontos do programa de governo dela, sendo o principal a criação de uma "Lava Jato" municipal" para checar as contas da administração municipal.
"Ela insiste muito em um ponto e estamos vendo de que forma fazer isso, que é uma Lava Jato municipal. Estamos vendo de que forma podemos montar uma estrutura para que ela possa coordenar, que não faria parte da estrutura da Prefeitura, mas com gente de fora, para ajudar a dar uma olhada em todos os contratos da prefeitura", disse o prefeito.
Durante o ato político no sindicato, Covas enfrentou uma saia justa enquanto ouvia o discurso do presidente central sindical UGT, Ricardo Pattah (PSD). "O PSDB acabou com a nossa estrutura sindical, mas o Covas transcende isso porque sempre recebeu o trabalhador", disse.