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Unicamp informa que foi surpreendida por invasão de 600 estudantes

Cerca de 600 estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) invadiram a reitoria da universidade no câmpus de Campinas, no interior de São Paulo, na noite de terça-feira, 11. A ocupação aconteceu por volta das 23 horas, após decisão tomada em assembleia. Os alunos reivindicam a ampliação da moradia estudantil, a implantação de cotas sociais e protestam contra o corte de R$ 40 milhões anunciado pelo reitor José Tadeu Jorge.

Com o lema “Cota, sim. Cortes, não! Contra o Golpe e pela Educação. Permanência e ampliação”, os estudantes estão no prédio onde funcionam a reitoria e pró-reitorias.

Unicamp informou que foi surpreendida pela invasão e que não recebeu nenhuma reivindicação dos estudantes. Em nota, a reitoria informou que “desconhece a motivação do ato e estranha que a ocupação tenha ocorrido sem qualquer reivindicação prévia por parte dos manifestantes”. “Nesse momento, a Administração Central avalia o quadro a fim de tomar as medidas cabíveis. Importante esclarecer que todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão funcionam normalmente.”

Os estudantes divulgaram suas reivindicações em redes sociais. Eles afirmam que o corte anunciado pelo reitor afetará a contratação de professores, manutenção de prédios e, principalmente, a reposição de médicos e profissionais da área de saúde no hospital da universidade.

Em relação à moradia estudantil, conquistada após movimento dos estudantes nos anos 1980, os universitários dizem que há 20 anos existem problemas de superlotação, falta de camas e falta de manutenção da rede elétrica e de água. Os alunos também dizem que a permanência dos estudantes no local está sendo dificultada com mudanças de regras pela universidade.

Sobre as cotas sociais, eles reclamam principalmente da falta de cotas raciais na Unicamp, que seria a única grande universidade pública a não ter esse tipo de política de inclusão. A universidade tem sido palco constante de manifestações racistas, com pichações contra a presença de negros nas faculdades. Também há denúncias contra declarações de professores em salas de aula.

Os universitários dizem que os cortes de verbas são o início de um processo de precarização do ensino público e querem unificar sua manifestação a ocupações de outras universidades e com os estudantes secundaristas.

“Queremos nos unificar com os estudantes da USP (Universidade de São Paulo), da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e os secundaristas das escolas estaduais e Etecs (Escolas Técnicas Estaduais) de São Paulo, bem como a todos os trabalhadores, contra os ataques das reitorias e do governo (Geraldo) Alckmin, que rouba merenda e manda sua polícia bater em estudantes que lutam, enquanto destrói a educação de todo o Estado”, diz o manifesto publicado nas redes sociais.

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