O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou nesta quinta-feira, 12, que se posicionará contra eventuais propostas do governo Michel Temer que diminuam direitos dos mais pobres. “A chegada do PMDB ao governo não pode sufocar o direito dos mais pobres. E eu estou aqui como presidente do Senado para zelar por isso”, afirmou.
Deputados, senadores e militantes do PT, PCdoB, PDT e PSOL têm acusado Temer, publicamente, de querer acabar ou diminuir programas sociais como o Bolsa Família, uma das principais vitrines dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Temer, no entanto, nega. Seus aliados dizem que o governo do peemedebista vai apenas aprimorar alguns programas, para corrigir distorções.
Desafeto histórico de Temer no PMDB, Renan disse que terá com o presidente da República em exercício “a mesma relação” que teve com a presidente Dilma Rousseff. A petista foi afastada por até 180 dias na manhã desta quinta-feira, enquanto o Senado julgará seu processo de impeachment, possibilitando a posse de Michel Temer.
Renan disse ter dormido “em paz, mais do que nunca”, após a votação do afastamento de Dilma pelo Senado. “Estou aliviado, sobretudo, porque, a partir de amanhã, vocês terão outras pessoas para decidir questões intrincadas”, afirmou, em referência ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski.
O ministro assumiu nesta quinta-feira a presidência do Senado para julgar atos relacionados ao impeachment. O primeiro vice-presidente da Casa, senador Jorge Viana (PT-AC), cedeu a sala da primeira vice-presidência para que o ministro possa despachar e fazer reuniões.