O jogador de futebol Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, preso desde a última segunda-feira (30) sob acusação de participar do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos em uma favela da zona oeste do Rio, foi libertado às 18h20 desta sexta, 3, um dia após a Polícia Civil recomendar sua soltura alegando que não há necessidade de mantê-lo preso. Dois suspeitos continuam presos e cinco homens estão foragidos. Na quinta, a polícia encontrou e apreendeu um aparelho celular que teria sido usado para filmar a vítima durante o estupro. Mais três pessoas passaram a ser investigadas pelo crime.
Lucas estava desde terça em um dos presídios do complexo de Gericinó, na zona oeste. Antes havia ficado preso na Cidade da Polícia, no Jacaré (zona norte).
Ao sair do presídio, Lucas chegou a falar com os jornalistas, mas não explicou o que ocorreu no dia 21, quando a adolescente sofreu a agressão sexual. “Só quero retomar a minha carreira agora. Está provado que sou inocente. Quero retomar a minha vida, ficar com minha família e esquecer o que aconteceu”, afirmou.
Lucas disse que, antes do crime, só esteve uma vez com a vítima, mas não detalhou o relacionamento entre eles. “Não tenho relação com ela. Não sei de nada, não. Deus sabe de tudo”, limitou-se a dizer. Segundo a Polícia Civil, Lucas – que atualmente namora uma adolescente de 17 anos – já manteve um relacionamento amoroso com a vítima do estupro.
Um dos advogados de Lucas, Eduardo Antunes, contou à polícia que, horas antes do estupro, seu cliente esteve em um baile funk na favela Morro da Barão, na Praça Seca), com a vítima, uma amiga dela chamada Joyce, de 18 anos, e o colega Raí de Souza. Ao final do baile, os quatro saíram juntos rumo a um imóvel próximo.
Raí disse que manteve relações sexuais – segundo ele, consentidas – com a vítima, enquanto Lucas fazia sexo – também consentido, de acordo com ele – com Joyce. O jogador do Boavista afirmou à polícia que foi embora em seguida, levando sua acompanhante, e não presenciou nenhum estupro.
Por ter estado com a vítima nos momentos anteriores ao estupro, o atleta do Boavista (RJ) teve a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça e foi preso. Ele contou sua versão à delegada Cristiana Onorato Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), que investiga o caso. Anteontem, ela concordou com o pedido de relaxamento da prisão apresentado à Justiça pelo advogado de Lucas. “Até agora não temos provas suficientes da participação dele. Isso não quer dizer que Lucas seja inocente ou não tenha nenhuma participação no crime, mas se tornou desnecessário mantê-lo preso”, afirmou a delegada.