O dólar no mercado à vista opera em baixa na manhã desta terça-feira, 16. Os ajustes ocorrem na esteira do recuo dos juros dos Treasuries nos EUA e após a alta de 2,99% do IGP-10 de março, acima da mediana do mercado (2,84%) e também da variação de 2,97% em fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de março também teve alta de 0,88% ante taxa de 0,67% na primeira quadrissemana do mês.
Os indicadores de preços reforçam as preocupações com a inflação e as apostas em alta mais agressiva da Selic, nesta véspera de anúncio de decisão de juros pelo Copom e do Federal Reserve, na quarta-feira. Em tese, Selic mais alta tende a atrair capitais estrangeiros para o País.
A leitura dos analistas é de que o Copom pode precisar ser mais agressivo no aperto da Selic e a tendência é de continuar mais ativo com leilões cambiais a fim de tentar conter o dólar e o ritmo galopante da inflação no País. A alta dos preços decorre ainda do cenário de aumento frequente dos preços de combustíveis e falta de insumos industriais e no agronegócio, de acordo com analistas financeiros.
O mercado também olha a nomeação do médico Marcelo Queiroga como quarto ministro da Saúde durante a pandemia, no lugar de Eduardo Pazuello. Poucos secretários apostam que o novo ministro terá independência, mas esperam que ao menos ele apoie as medidas de restrição
No exterior, os índices futuros das bolsas de Nova York ganharam força, à medida que os juros dos Treasuries de mais longo prazo se mantiveram em queda nas últimas horas e à espera de indicadores de vendas no varejo e de produção industrial dos EUA, que serão divulgados logo mais. Há também expectativa para a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que começará mais tarde e será concluída amanhã.
Às 9h25 desta terça, o dólar à vista caía 0,79%, a R$ 5,5974. O dólar para abril recuava 0,39%, a R$ 5,5985.