Sete dos 36 deputados que apoiaram a recondução do deputado Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Câmara nesta quinta-feira, 17, tinham assinado a lista de 35 parlamentares que indicou Leonardo Quintão (MG) ao mesmo cargo na semana passada. Mudaram de opinião os peemedebistas Simone Morgado (PA), Elcione Barbalho (PA), Celso Maldaner (SC), Silas Brasileiro (MG), Vitor Valim (CE), Lindomar Garçon (RO) e Jéssica Sales (AC).
Para trazer esses nomes, Picciani contou com a ajuda do Palácio do Planalto. Simone Morgado e Elcione Barbalho, por exemplo, são a atual e a ex-mulher do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), respectivamente. Elcione e Jader são pais do atual ministro-chefe da Secretaria dos Portos, Helder Barbalho, que foi indicado pelo senador paraense na última reforma ministerial de outubro.
Picciani voltou à liderança do PMDB hoje, uma semana após ser derrubado do cargo. A destituição foi articulada pela bancada do PMDB pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff, com aval do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer. O movimento de coleta de assinaturas contra o deputado carioca começou após ele se recusar a indicar parlamentares antigoverno para as vagas a que a sigla tem direito na comissão especial do impeachment na Casa.
Para retomar a liderança do PMDB na Câmara, além de buscar deputados que tinham apoiado Quintão, Picciani também articulou a posse de parlamentares do PMDB aliados a ele que estavam licenciados. Marco Antônio Cabral (filho do ex-governador carioca Sérgio Cabral) e Pedro Paulo se licenciaram dos cargos de secretários de Estado do Rio nos últimos dias e assumiram o mandato de deputado para apoiar a recondução de Picciani.
Para Picciani, o apoio de deputados que tinham assinado a lista de Quintão derruba o argumento de peemedebistas da ala pró-impeachment de que ele retomou a liderança do partido de forma “artificial”. “Quando fui substituído da liderança, de imediato reconheci o posicionamento da maioria. Acho que a posição mais adequada (deles) seria fazer o mesmo”, afirmou o líder peemedebista, em entrevista logo após ser confirmada sua recondução ao cargo.
O deputado carioca afirmou que irá procurar Temer ainda hoje. “Vou dizer a ele que reassumi a liderança com o compromisso de não permitir o prolongamento dessa prática aqui de coleta de assinaturas e que faremos a eleição da nova liderança em fevereiro”, comentou. Picciani disse que somente no próximo ano decidirá se tentará a reeleição para o cargo de líder.