O repasse de US$ 300 mil para a campanha presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT) de 2010 foi um pedido de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, a Julio Faerman e Luís Eduardo Campos da Silva, ex-agentes de vendas da SBM Offshore no Brasil, de acordo com procuradores do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ). As investigações não encontraram relação do esquema com outros partidos.
Segundo o Ministério Público, Faerman e Silva inicialmente não concordaram com o pagamento. Em um segundo momento, Pedro Barusco, ex-gerente executivo de Engenharia, insistiu, a pedido de Duque, “de maneira mais incisiva”, apontaram os procuradores. Só então os agentes aceitaram arcar com a contribuição.
“Isso foi transferido para Barusco na Suíça. Depois, ele repassou para Duque como compensação de propinas. Ou seja, ele não recebeu por um tempo, e Duque recebeu US$ 300 mil a mais”, detalhou o procurador Renato Oliveira.
Os procuradores não encontraram rastros desse dinheiro até as contas da campanha do PT, diante do grande volume de recursos que era movimentado na época. Mas a informação foi confirmada por Barusco e Faerman em acordo de delação premiada com a Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Luís Eduardo Campos da Silva também mencionou o pagamento para a campanha em colaboração com a Justiça. Seu acordo de delação premiada, porém, ainda não foi homologado.