O protesto de estudantes contrários à reorganização da rede estadual de ensino, realizada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), terminou em confronto e com a apreensão de ao menos dois adolescentes na manhã desta quarta-feira, 2, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Os manifestantes bloquearam totalmente a Avenida Doutor Arnaldo em direção ao Sumaré, próximo ao cruzamento com a Rua Cardeal Arcoverde.
Por volta das 9 horas, duas de quatro faixas da avenida permaneciam ocupadas enquanto um grupo de pessoas estava aglomerado em volta de uma viatura da Polícia Militar. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a manifestação que agora bloqueia a Avenida Doutor Arnaldo começou por volta das 7h45.
Segundo um dos policiais que participou da apreensão, os alunos foram retirados à força da manifestação, pois se recusavam a liberar ao menos um faixa da Doutor Arnaldo.
Às 7h25, houve outra manifestação de alunos na região do Morumbi, na zona sul da capital. Os estudantes também protestavam contra a reorganização e fecharam os dois sentidos da Avenida Giovanni Gronchi. O protesto foi breve e logo a via foi liberada.
Reorganização
Em setembro, o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, divulgou uma reforma para que as escolas estaduais tenham ciclo único. A medida faz com que 754 unidades ofereçam só os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), finais (6º ao 9º) ou ensino médio. Com isso, mais de 300 mil alunos serão transferidos e 93 escolas, fechadas.
O governo tem enfrentando oposição porque não dialogou com as comunidades escolares antes do anúncio do projeto. As Faculdades de Educação da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) já repudiaram os argumentos pedagógicos da proposta. Pesquisadores ligados à Universidade Federal do ABC (UFABC) também apontaram fragilidades no estudo da secretaria que baseou a reforma.