A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) elevou nesta terça-feira, 19, de 0,46% para 0,49% a projeção para inflação de maio na cidade de São Paulo. Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o gerente técnico de Pesquisas do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Moacir Mokem Yabiku, disse que o pequeno ajuste foi motivado por altas um pouco acima das esperadas para os grupos Habitação e Alimentação, que acabaram gerando um aumento um pouco maior que o previsto para o indicador geral do instituto.
Nesta terça-feira, a Fipe informou que o IPC registrou taxa de inflação de 0,83% na segunda quadrissemana de maio, ante alta de 1,04% na primeira leitura do mês. O resultado ficou acima da previsão do instituto, que era de uma inflação de 0,78%. Em relação às expectativas dos economistas do mercado financeiro, o número foi menor, já que eles aguardavam taxa de 0,87% a 0,98%, com mediana de 0,91%, conforme levantamento do AE Projeções.
O grupo Habitação apresentou alta de 1,26% na segunda quadrissemana, ante 1,93% na primeira leitura do mês e previsão de 1,18% da Fipe. Alimentação, por sua vez, subiu 0,82%, ante 0,83% na primeira quadrissemana e estimativa de 0,69% do instituto. “Foram estes dois grupos que surpreenderam. Os demais continuaram no mesmo nível esperado”, afirmou Yabiku.
De acordo com o representante da Fipe, em Habitação, o instituto não contava com uma alta importante, de 5,21%, captada para o item gás de botijão, que havia avançado 3,93% na primeira quadrissemana. Em Alimentação, mereceram atenção especial as carnes bovinas, os leites e os legumes.
Especificamente em relação às carnes bovinas, o segmento subiu 3,68% na segunda quadrissemana, ante elevação de 2,72% na primeira leitura do mês. Quanto aos legumes, houve aumento de 4,65% ante 3,92%, com impactos importantes vindos do tomate (15,23% de alta) e da cenoura (6,92%).
O leite longa vida, por sua vez, subiu 4,93%. Foi um avanço menor que o de 6,49% da primeira leitura de maio, mas ainda continuou num nível capaz de gerar impacto importante no IPC.
A despeito das pequenas surpresas da segunda quadrissemana, a Fipe continua apontando na energia elétrica como principal fator de desaceleração do IPC e constatou mais uma perda de força do item no período pesquisado. Na segunda leitura de maio, subiu 8,67% e respondeu por 0,32 ponto porcentual (38,13%) de toda a inflação registrada pelo IPC. Na primeira medição do mês, a alta havia sido de 15,65% e a contribuição chegou a 0,55 ponto porcentual (53,29%) do indicador da Fipe.
Outra informação importante é que o efeito maior do reajuste recente no preço dos medicamentos ficou para trás. Na segunda quadrissemana de maio, conforme a Fipe, o grupo Saúde subiu 1,78%, já menos que a alta de 1,93% da primeira leitura do mês.