O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, comentou nesta terça-feira, 26, que foi constatada uma redução do déficit da conta de rendas de 30% em abril na comparação com o mesmo mês de 2014. No período, o saldo negativo passou de US$ 5,337 bilhões para US$ 3,748 bilhões. No primeiro quadrimestre do ano, a queda foi de cerca de 20%, segundo Maciel, ante o período de janeiro a abril de 2014. O saldo dos quatro primeiros meses do ano passado ficou no vermelho em US$ 16,669 bilhões e o deste ano, em US$ 13,354 bilhões.
“A conta de lucros e dividendos é a principal responsável por isso”, salientou o técnico. Ele destacou que a rubrica apresentou recuo de 42% em abril (US$ 2,358 bilhões) ante idêntico mês de 2014 (US$ 4,073 bilhões). No acumulado de janeiro a abril, a remessa de lucros e dividendos teve recuo de 44% ante o mesmo quadrimestre do ano passado.
Conforme Maciel, três componentes influenciam esse resultado da remessa de lucros e dividendos: o estoque de Investimento Direto, que cresceu e continua crescendo; a taxa de câmbio, pois o lucro é obtido em reais e o BC apresenta os saldos em dólar, o que perfaz, portanto, um divisor mais elevado; e o nível de atividade, que implica um volume menor de remessa de lucros e dividendos.
De acordo com ele, até o dia 22 de maio, a remessa de lucros e dividendos somou US$ 1,159 bilhão, volume bem inferior aos US$ 3,3 bilhões verificados em maio de 2014.
Investimentos em carteira
Maciel afirmou ainda que, dentro dos investimentos em carteira, em abril, o ingresso de recursos para aplicação em ações merece destaque. De acordo com dados do BC, entraram por essa conta US$ 3,765 bilhões ante US$ 555 milhões de abril do ano passado. Maciel comentou também que, no caso de Renda Fixa, o ingresso no mês passado foi de US$ 3,504 bilhões, mas que essa conta já vinha apresentando fluxos elevados.
No mês, até o dia 22 de maio, a entrada de recursos para investimento em ações soma US$ 3,930 bilhões, conforme Maciel. Já no caso da renda fixa, houve saída de US$ 334 milhões. O técnico disse que não há um padrão definido para períodos de maiores entradas ou saídas desses investimentos.
