O Deutsche Bank anunciou a saída de dois controversos co-executivos-chefes (co-CEOs) da instituição, Jürgen Fitschen , de 66 anos, e Anshu Jain (52), que renunciaram de seus cargos, nos quais deveriam permanecer até março de 2017. Ambos foram substituídos por John Cryan, de 54 anos, a partir de 1º de julho.
A dupla renúncia segue-se a uma série de erros financeiros e penalidades regulatórias sofridas pelo banco alemão, como multas pesadas por manipulação de taxa de juros. Nas últimas semanas, a pressão se intensificou, com um número crescente de acionistas e empregados questionando o desempenho do banco e seu plano de reestruturação.
Um dos sinais mais evidentes foi uma carga aberta enviada ao Deutsche Bank pelos empregados no mês passado. Com o título “Vento de mudança? Vento do Jain”, a carta da união representante dos trabalhadores pedia a saída de Jain. De acordo com pessoas próximas a questão, a carta obteve apoio também de executivos do alto escalão.
Fitschen, por sua vez, é réu de uma ação criminal na Alemanha, relacionada ao colapso do império de mídia Kirch, acusação que ele nega.
“A decisão de deixarem o banco demonstra uma impressionante atitude em colocar os interesses da instituição à frente de seus próprios interesses”, disse o presidente do Deutsche Bank, Paul Achleitner em nota distribuída neste domingo. O Conselho de Supervisão do Deutsche Bank se reuniu neste domingo para a escolha do novo co-CEO.
Cryan é membro do Conselho de Supervisão do Deutsche Bank desde 2013 e vinha ocupando o cargo de presidente do Comitê de Auditoria e de membro do Comitê de Risco. Ao ocupar o cargo de co-executivo-chefe, Cryan deixa de ser membro do Conselho de Supervisão. Anteriormente, Cryan foi presidente para a Europa do Temasek, fundo de investimento que administra recursos do governo de Cingapura, e diretor-financeiro do UBS.
Jain deixará o banco em 30 de junho de 2015 e o Conselho de Supervisão pediu a ele que permanecesse como consultor do Deutsch Bank até janeiro de 2016. O Conselho de Supervisão pediu a Fitschen que permanecesse em seu cargo até a conclusão do Encontro Geral Anual em maio de 2016, para garantir uma transição segura. Após maio de 2016, apenas Cryan ocupará o cargo de co-executivo-chefe (co-CEO).