Que a inflação doméstica está salgada há algum tempo, não é novidade. Mas o IPCA de maio conseguiu surpreender negativamente, levando os investidores a se debruçarem nos ajustes de suas posições nesta quarta-feira, 10. As taxas de juros futuras abriram a sessão pressionadas e assim seguiram durante todo o dia, movimento que ganhou pressão à tarde, quando o dólar saiu do terreno negativo e passou a subir.
Ao término da sessão regular, o DI para outubro (174.305 contratos) estava em 13,96%, de 13,91% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 (266.805 contratos) marcava de 14,15%, de 14,08% na véspera. O DI para janeiro de 2017 (313.585 contratos) indicava 13,76%, de 13,58% ontem. E o DI para janeiro de 2021 (126.275 contratos) registrava 12,75%, de 12,51% no ajuste anterior. A T-Note de dez anos projetava 2,4911%, de 2,427% no final da tarde de ontem.
Segundo o IBGE, depois de ter subido 0,71% em abril, o IPCA avançou ainda mais em maio: 0,74%, no maior patamar para o mês desde 2008 (+0,79%). Com o resultado, o desempenho acumulado em 12 meses está bem acima do teto da meta do governo, em 8,47%. Com isso, cresceram as apostas de que o Copom seguirá elevando a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 13,75% ao ano. Para o encontro de julho, o mercado está precificando mais um aumento de 0,50 ponto e, para setembro, uma alta de 0,25 ponto, que pode ou não ser a última, a depender dos dados futuros. Amanhã, sai a ata do encontro do Copom da semana passada e pode ser um dia de novas emoções para os juros.
No período da tarde, as taxas ganharam uma pressão compradora adicional em razão do dólar, que até então vinha operando em queda e seguindo a trajetória predominante deste mês, e também da puxada dos yields dos Treasuries (títulos dos EUA).