O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, defendeu sua instituição contra acusações de que um membro do conselho divulgou informação privilegiada perante um público que incluía gerentes de fundos de hedge, em um discurso no mês passado.
Em carta ao Ombudsman Europeu, datada de quarta-feira, Draghi escreveu que a concentração no início das compras de bônus no programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) do BCE, anunciada pelo membro do conselho executivo Benoît Coeuré em um evento a portas fechadas em 18 de maio, já estava naquele momento visível para o mercado.
Draghi argumentou que o início de uma concentração moderada das compras de bônus em maio, a ser mantida em junho, já estava claramente visível, e portanto havia informação publicamente disponível. “Não houve aceleração no ritmo das compras na segunda metade de maio relativa àqueles volumes um pouco maiores revelados”, diz a carta.
O discurso de Coeuré não foi publicado no site do BCE até a manhã seguinte, após o que o euro caiu, enquanto os mercados de ações e bônus avançaram.
Em sua carta, Draghi repetiu a linha adotada na ocasião pelo BCE, dizendo que o discurso deveria ter sido publicado logo que recebido, mas isso não ocorreu por “um erro de procedimento interno”. Ele especificou que uma falha de comunicação interna no nível operacional sobre o momento da publicação fora do horário de expediente explica o atraso. Draghi diz ainda que o BCE revisou seus procedimentos operacionais relacionados, para evitar a repetição de um erro similar. Fonte: Dow Jones Newswires.