O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou nesta quinta-feira, 11, que o Plano Nacional de Energia a ser lançado pelo Palácio do Planalto, será dividido em duas etapas. A primeira parte, referente a petróleo e gás, será lançada no dia 7 de julho, em cerimônia com a presidente Dilma Rousseff no próprio Planalto. Já a segunda parte, voltada para o setor elétrico, ficará para o dia 4 de agosto, comunicou o ministro.
O anúncio do Plano Nacional de Energia faz parte da estratégia do Palácio do Planalto de resgatar a popularidade da presidente Dilma Rousseff, reverter o desânimo com o rumo da economia, emplacar uma agenda positiva e deixar para trás o desgaste com as doses amargas do ajuste fiscal.
De acordo com o ministro, o governo está vendo com “bastante e esperança” a 13ª rodada de óleo e gás. “Vamos lançá-lo (o plano de óleo e gás) no dia 7 de julho com a presidente Dilma, para que possamos oficialmente dar partida à 13ª rodada”, comunicou Braga, depois de fazer um balanço do setor elétrico com o presidente da República em exercício, Michel Temer.
A parte do plano voltada para o setor elétrico será lançada no dia 4 de agosto com o anúncio de “prioridades de investimento para os próximos quatro anos no setor elétrico”, ressaltou Braga.
O ministro afirmou esperar que faça parte do plano um dos principais projetos para ampliar a geração de energia: a Usina de São Luiz do Tapajós, no Pará. No início desta semana, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, reconheceu o risco de a usina não sair do papel.
“Esperamos, sim, que (Tapajós) esteja no pacote de agosto. Agora, no mês de junho estamos finalizando a entrega de todas as documentações de estudo de pacto ambiental. Estamos trabalhando muito para que o diálogo e para a construção de uma política de compensações ambientais e compensações sociais possa acontecer com os mundurucus, de forma diferente de Belo Monte”, afirmou o ministro. “Não há preconceito no ministério, na nossa gestão, contra a questão indígena.”
Partilha
Ao comentar o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que revoga a participação obrigatória da Petrobras no modelo de exploração de partilha da produção de petróleo na camada pré-sal, o ministro atacou a proposta do tucano, alegando que o texto abre o pré-sal de uma forma “absolutamente livre, a todo e qualquer ataque ou investimento”.
“Eu acho que o regime de partilha é importante, é necessário, eu acho que a questão do conteúdo nacional é importante, é necessária. O que temos de discutir são questões que possam fazer com que esse regime possa ser fortalecido e aprimorado”, avaliou Braga.