A alavancagem da Usiminas medida pela razão da dívida líquida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu 2,9 vezes no primeiro trimestre deste ano, ante um indicador em 2,1 vezes no último trimestre do ano passado e de 1,7 vez no mesmo período do ano anterior.
A dívida líquida da Usiminas, ainda em relação ao intervalo de janeiro a março de 2015, ficou em R$ 4,528 bilhões, aumento de 20,9% em um ano. Em relação ao observado ao fim de dezembro houve um aumento de 18%. Já a dívida bruta da Usiminas ao final do primeiro trimestre do ano era de R$ 7,149 bilhões, alta de 7,4% em 12 meses e também em relação ao visto no fim de dezembro do ano passado.
Segundo a Usiminas, esse aumento da dívida ocorreu em função da desvalorização do real em relação ao dólar, sendo que a parcela da dívida da companhia denominada em dólar correspondia a 40% do total. A composição da dívida por prazo de vencimento era de 24% no curto prazo e 76% no longo prazo, conforme o documento que acompanha o demonstrativo financeiro, divulgado nesta quinta-feira, 23.
Já as perdas financeiras da Usiminas no primeiro trimestre do ano alcançaram R$ 360,9 milhões, valor quase 20 vezes maior do que um ano antes. Em relação ao último trimestre do ano passado as perdas foram 69% maiores. A Usiminas explicou que as maiores despesas financeiras foram decorrentes de maiores perdas cambiais, parcialmente compensadas por menores despesas financeiras por conta de menores juros sobre financiamento e pelo maior valor de mercado das operações de swap.
O caixa da Usiminas ao fim de março era de R$ 2,621 bilhões, queda de 10% em relação ao caixa registrado no mesmo período do ano anterior. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado o montante disponível em caixa recuou 8%.
Capital de giro
O capital de giro da Usiminas no primeiro trimestre do ano foi de R$ 2,7 bilhões, ante R$ 2,4 bilhões no quarto trimestre do ano passado. Segundo a companhia, esse aumento ocorreu em função do aumento do contas a receber em R$ 133,6 milhões e do aumento de estoques de produtos acabados e matérias primas em R$ 393,7 milhões, parcialmente compensados pelo aumento do contas a pagar em R$ 286,4 milhões.
Projeções
O prejuízo líquido da Usiminas atribuído aos acionistas, de R$ 247,46 milhões referente ao primeiro trimestre do ano, veio em linha com a média da projeção de quatro instituições financeiras consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, (BTG Pactual, Credit Suisse, Itaú BBA e JPMorgan), que projetavam perdas de R$ 245 milhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no critério ajustado, de R$ 380 milhões, veio 42,4% acima da média das estimativas, que era de R$ 266,7 milhões.
A receita líquida do intervalo de janeiro a março, de R$ 2,68 bilhões, também veio de acordo com a média das projeções das quatro casas (R$ 2,659 bilhões).
O Broadcast considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.