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No Enem, questões de Matemática desagradaram

Os portões da Uninove Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, abriram às 15h35. Alessandro Marques dos Santos, de 17 anos, foi o primeiro a sair. “Fiz a redação primeiro e chutei várias de Matemática. Só resolvi as que davam para fazer por lógica”, contou. De acordo com o ele, o tema da redação – violência contra a mulher – era esperado. “Falei sobre a importância do feminismo e acho que fui bem”, disse. No mesmo local, na saída da prova, Ana Gonçalves, de 20 anos, também achou Matemática difícil. “Não entendi muito bem os enunciados”, disse. Já a Redação foi tranquila. “Defendi que as mulheres precisam denunciar as agressões, não ficarem quietas”, diz ela.

Na Unip da Avenida Paulista, Luan balestrero, de 19 anos, foi o primeiro a deixar o prédio, na região central. O tema da redação, para ele, desagradou. “Fiquei um pouco em cima do muro, porque poderia parecer o discurso de uma feminista. Achei mal pensado esse tema.”

Mesmo depois de perder o primeiro dia das provas, a estudante Andressa Rodrigues, de 18 anos, fez a segunda parte do exame, também na Unip Paulista. “Achei Matemática complicada porque odeio, mas Português foi tranquilo”, disse. A única reclamação foi o tamanho dos enunciados na Língua Portuguesa, que estava muito longos. Sobre o tema da Redação, ela comemorou. “Participei de uma feira cultural sobre a Lei Maria da Penha. Sabia tudo”, contou a estudante, que quer estudar Publicidade no Mackenzie.

Segundo professores de cursinho, o tema da redação – violência contra a mulher – é mais fácil do que as propostas dos anos anteriores. A ampla divulgação do assunto na mídia, dizem, facilita na construção de argumentos e de propostas de soluções no texto.

Uma das primeiras participantes a sair da Unip Paraíso, a estudante Bárbara Prado, de 20 anos, se inspirou na mãe para escrever a redação. “Não foi fácil, mas lembrei da Lei da Maria da Penha”, diz ela. A mãe, que acompanhou a estudante até o local de prova, se chama Maria da Penha. “Me inspirou”, completa a estudante. “Vim dar um apoio. Vamos espera o resultado agora”, disse ela, de 52 anos. A filha quer uma vaga em História em uma federal. “A prova de português foi mais fácil pra mim, já em matemática tive maiores dificuldades”.

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