Metalúrgicos e sindicalistas de São José dos Campos (SP) realizaram uma manifestação nesta sexta-feira (14) para protestar contra as demissões na General Motors, de acordo com o sindicato da categoria na cidade.
Os organizadores estimam em 2 mil o número de integrantes da passeata, que teve início às 9h em frente à sede da fábrica e chegou a interditar por 30 minutos um trecho de 1,5 quilômetro da Via Dutra, sentido São Paulo. O ato acabou pouco depois do meio-dia.
De um carro de som, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, pregou a necessidade de unificação com trabalhadores de outras montadoras, defendendo a estabilidade no emprego e o fim de reduções salariais. “Se for para cortar salário, seja de quem está em Brasília”, discursou.
Governo
Mesmo motivados inicialmente pelas demissões na GM, manifestantes também criticaram a política econômica do governo federal e fizeram reivindicações à presidente Dilma Rousseff. “Dilma, os trabalhadores não vão pagar pela crise. Proíba a remessa de lucros e estatize as empresas que demitirem!”, defendia uma faixa do sindicato da categoria.
Já João Campinho, dirigente do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação, criticou o corte de verbas para a educação, conforme divulgou o sindicato dos metalúrgicos. “Estamos aqui não apenas em solidariedade a esta luta (dos metalúrgicos) que é justa, mas também porque sentimos os mesmos ataques, com o ajuste fiscal do governo que corta verbas da educação”, afirmou.
GM
Na sexta-feira passada, dia 7, a General Motors começou a enviar telegramas anunciando a demissão de trabalhadores na fábrica da empresa em São José dos Campos. Segundo o sindicato, mais de 500 trabalhadores foram dispensados. Na segunda-feira (10), cinco mil metalúrgicos da unidade entraram em greve.
Sobre a campanha dos sindicalistas após as demissões, a GM afirmou que o complexo de São José dos Campos tem apresentado “uma constante deterioração de sua competitividade” desde 2008. A GM atribui o fato “à sistemática rejeição das propostas da GM pelo sindicato dos metalúrgicos”, mas se disse aberta ao diálogo com parceiros, governo e representantes dos trabalhadores.
Ainda segundo a companhia, na América do Sul, o Brasil foi o principal gerador dos resultados negativos nos primeiros seis meses de 2015 e que “esgotou todas as alternativas possíveis antes de reduzir seu quadro de empregados”.
“A empresa usou os recursos de férias coletivas, layoff, banco de horas, programas de desligamento voluntário, entre outros. Todas essas medidas, porém, não foram suficientes diante da expressiva redução da demanda do mercado”, diz a nota.